Na Natureza Selvagem (2007)

Título Original: Into the Wild
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn baseado em livro de Jon Krakauer
País: EUA



O que é liberdade pra você? Ter um dia livre pra fazer o que quiser? Férias? O horário de almoço no trabalho? Matar aula? Saber que você pode ir pra rodoviária e viajar pra qualquer lugar do país e, se quiser, não avisar ninguém? Agir como se não estivessem olhando? Fazer um inesperado mochilão sozinho, com o total desligamento da sociedade e sua fixação por futilidades como materialismo e consumismo? Pois pra Chris McCandless, ultimate freedom era exatamente essa última opção. "A vida é mais do que relações pessoais." E foi isso que ele fez.

Chris McCandless (Emile Hirsch) é um inteligente e curioso estudante de West Virginia. Ele não é como a maioria dos seus colegas; não se importa muito com, digamos, ter um carro novo ou ser descolado. Ele prefere a companhia dos seus livros, personagens e citações pertinentes que menciona em diversos momentos. Ele, porém, é muito próximo de sua irmã (Jena Malone) e junto dela teve uma infância e pré-adolescência.. perturbada. O pai (William Hurt) trabalhava pra NASA e, pelas suas inovações, ganhava muito dinheiro, algo que deixava a família sempre querendo mais. Um aposento a mais na casa, um aparelho mais moderno e tecnológico. Então, num dia qualquer, Chris finalmente se forma no colégio. Ele tem mais 24 mil dólares guardados pra faculdade. Mas ele resolve doar tudo e fazer um mochilão, a pé, até o Alaska, sozinho e sem avisar ninguém.

Na Natureza Selvagem mostra sua jornada (real) de mais de um ano até seu destino. Grande parte da graça dela, claro, está nas pessoas que conhecem nessa aventura. Muitos atores legais fazem esses coadjuvantes, como Vince Vaughn, Zach Galifianakis, Catherine Keener e (lol) Kristen Stewart. A outra parte da graça está em tudo que ele vivencia sozinho. Paisagens lindíssimas, lugares onde não se vê nenhuma outra pessoas em muitos e muitos quilômetros. Sem muita tecnologia e conveniências sociais (por opção, claro), ele vive, no meio da natureza. Mata e come animais da floresta, sente o mesmo calor do fogo mas com uma satisfação completamente inédita quando faz, com sucesso, uma fogueira. Tudo tem um sabor diferente (e não falo só sobre comida) quando feito pelas próprias mãos, sem auxílio ou supervisão de alguém. Tudo é uma pequena conquista.


Fazia um bom tempo que eu não via um filme com tantas cenas tão emocionantes. Sean Penn como diretor fez um trabalho sensacional. Sei que o crédito deve ir praticamente quase todo para o livro, mas o filme também tem o seu. Ainda mais em uma obra assim. Quão bem palavras podem descrever um lugar assim? A trilha sonora também é excelente, toda composta por Eddie Vedder. Enfim, é tudo sensacional. Quero muito ler o livro. E vejam o filme. It will make you wonder.


Não é muito relevante, mas é algo que quero comentar e me lembrei durante a minha segunda vez vendo Na Natureza Selvagem. Por certo lado, eu concordo com o protagonista. Tenho certeza que não é só comigo que é frequente a vontade de abandonar tudo e quebrar essas correntes que nos prendem a esse nosso entediante e worthless estilo de vida atual. Vontade de, não sei, simplesmente desistir de qualquer tipo de contato com as outras pessoas. Mas, por outro lado, é disso que tudo se trata. Pessoas. Se não fossem elas, não existiria aquela arma pra você usa pra caçar, ou aquela música fantástica que você tanto gosta. As cenas mais emocionantes do filme, justamente, envolvem quem Chris conhece no caminho. E é daí que me veio uma citação de um outro filme (Antes do Amanhecer, do Richard Linklater) em mente. "Eu acredito que, se existe algum tipo de Deus, ele não estaria em mim, ou em você, mas sim no espaço entre nós. Se existe algum tipo de magia nesse mundo, ela está na tentativa de entender alguém enquanto compartilham algo. Eu sei que é praticamente impossível de acontecer, mas quem se importa? A resposta deve estar nas tentativas." E é exatamente por isso que você acorda todos os dias, vai pra rua, estudar ou trabalhar, e acaba conversando com outras pessoas. Essa tentativa. Talvez algo aconteça. Quem sabe?


Vou acabar o post com uma mudança de assunto. Uma das várias citações famosas que Chris usa. Quando perguntado pelos estranhos recentemente conhecidos sobre família e dinheiro, Chris citava Thoreau. "Antes de amor, dinheiro, fé, fama, justiça... dêem-me a verdade."

Nota 9.7

A Ponte (2006)

Título Original: The Bridge
Direção: Eric Steel
Roteiro: Eric Steel
País: EUA

Documentário sobre suicídio e a Golden Gate Bridge, que, até 2006, era onde mais pessoas se matavam por ano.

O filme cata relatos de famílias que já perderam um membro por causa disso. Um dos casos é de um guri que se jogou da ponte e não morreu. Outro é de um fotógrafo que estava pela ponte tirando fotos e notou uma mulher indo pra parte do lado da ponte, onde, bem, normalmente se veria técnicos arrumando algo or something. Na verdade, não é o lugar mais perigoso do mundo, dá pra ficar sentado até na parte do lado, dá pra ver bem isso no documentário. Mas se você vê uma pessoa normal ali, pode ter certeza que ela pretende pular. Ou está com muita vontade. Enfim, o fotógrafo viu a mulher ali e ficou tirando fotos dela. Ela contemplando e ele fotografando. Até que, enfim, ele percebeu o que estava acontecendo e foi impedir a mulher de pular.

Logo no começo de A Ponte, conversamos com uma mulher que presenciou um suicídio desses. Aí ela ficou com a dúvida na cabeça "será que isso acontece com muita frequência?" e foi perguntar pra um guarda marinho. "It happens all the time." Tanto que Eric Steel, o diretor, deixou a câmera gravando por dias sem parar. Capturou 23 suicídios.

Não sei se preciso dizer, mas esse foi um documentário polêmico. I mean, filmar ao invés de ajudar as pessoas? Esse, por exemplo, é um dos casos do filme (convenhamos, um jeito bem badass de pular). E, sim, essa é a foto de um suicídio real. É curioso que, em várias cenas onde tem pessoas andando nessa parte do lado da ponte que já mencionei, as outras pessoas seguem com seus dias normalmente caminhando pela calçada. "Hm, por que aquele cara está ali? Enfim, tenho outras coisas pra me preocupar." Tenho uma amiga que já presenciou alguém pulando de um prédio (em São Paulo) e, porra.. Assim como ela, eu não conseguiria não dar bola. E se o estranho conseguisse de fato se matar, eu ficaria profundamente perturbado.


Uma coisa que eu achei interessante, though, e por certo lado "positiva", é que muitos casos e famílias.. "suportaram" a decisão do suicida. Se alguém diz que quer se matar, todo mundo que gosta dele vai fazer de tudo pra que fulano não morra. Mas muita gente percebe que, para essas pessoas, viver é.. Bem, uma merda. Não o "vida de merda" que você pensa quando falta luz durante aquele trabalho que você tava fazendo ou quando fulana diz que só quer ser sua amiga. Dava pra notar, pelos relatos dos familiares, que nada fazia valer a pena, pros caras que se mataram. Então alguns sentiram certo alívio quando ficaram sabendo que tal pessoa se matou. "Ele foi pra um lugar melhor." É o que tem que se pensar nessas horas.


Me decepcionei um pouco com o filme pois esperava mais suicídio e menos ponte, if you know what I mean. Poderia ser bem melhor.

Nota 7.8

Tudo Pode Dar Certo (2009)

Título Original: Whatever Works
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
País: EUA


OK. Algo me diz que você conhece (e gosta) mais do trabalho do Woody Allen do que o do Larry David (o cara do cartaz). Eu sinceramente não sei qual prefiro. Larry David, caso você não saiba, é um dos criadores de Seinfeld. Eu nunca vi um episódio de Seinfeld inteiro. Larry também tem um seriado de comédia na HBO chamado Curb Your Enthusiasm, onde ele faz, bem, ele mesmo. E desse seriado, sim, eu sou fã.

Esse filme, assim sendo, era bastante esperado por qualquer amante da comédia. Dois judeus velhos e americanos trabalhando juntos. Larry David, no filme, faz Boris, o Woody Allen de sempre. Boris é um "gênio", gosta de música clássica e física, solteiro e niilista. Então um dia ele conhece Evan Rachel Wood, uma mendiga que muda sua vida. Ele a hospeda e então ambos os personagens crescem com a convivência. Evan faz o papel de uma caipira sulista. Ou seja, ela é, em essência, "normal"; acredita em Deus, em amor, as pessoas são boas e por aí vai. É engraçado ver como, inicialmente, Boris afeta a menina. Ela, suddenly, começa a não gostar mais de jovens que, sei lá, só pensam em sexo ou em ter uma família. Enfim.. personangens novos são surgem, assim como relacionamentos.

Woody Allen é um "agrada-multidões." Em diversas cenas, Boris conversa com o público, sim, nós (o que faz muito mais sentido se você vê esse filme no cinema e não no computador). Haters gonna hate, mas eu achei bem legal o jeito que foi feito aqui. Eu poderia colar uma citação enorme do filme aqui (a melhor parte do filme, bem no começo) mas não vou. Vou botar uma quote da moral de Whatever Works. Qual é a dessa expressão? "That's why I can't say enough times, whatever love you can get and give, whatever happiness you can filch or provide, every temporary measure of grace, whatever works."


Melhor Woody Allen desde Match Point.

Nota 9

À Prova de Morte (2007)

Título Original: Death Proof
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
País: EUA

Porra, muito bom! Haters gonna hate.

Filme dividido em duas etapas, basicamente. Kurt Russell faz Stuntman Mike, um dublê (o rly?) que, bem, gosta de matar mulheres com o seu carro à prova de morte. À prova de morte para o motorista, pois é um carro de dublês. O primeiro grupo de mulheres que lhe atrai ele encontra num bar e depois de, , ele vai atrás de outro. Com esse segundo grupo é onde o filme se passa na maior parte.

Um dos principais diferencias desse pra outros filmes do Tarantino é que a maioria dos personagens é feminino. Assim sendo, aqueles diálogos típicos são todos por elas e fica muito, muito bem. O segundo grupo tem Rosario Dawson e Zoë Bell. E nos créditos, você vê que ela faz ela mesmo. Mas who the fuck is Zoë Bell, you may wonder. Ninguém menos que a dublê da noiva (Uma Thurman) de Kill Bill! Pelo jeito o Tarantino curtiu ela o suficiente pra botar como uma das protagonistas de Death Proof.


Enfim.. Diálogos longos e fodas, falas memoráveis, violência e bastante epicness em geral. Muita gente não gostou desse filme pois ele faz parte do Grindhouse e, bem, Planet Terror é bem melhor, they say. Sim, é melhor, mas Death Proof também é MUITO BOM.


OBS.: Descobri recentemente que a cheerleader do segundo grupo é quem fará a RAMONA FLOWERS (a de cabelo rosa) no filme de SCOTT PILGRIM. Ela é tão bonita! D: Preciso rever Death Proof asap.


Nota 9.2

Robin Hood (2010)

Título Original: Robin Hood
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Brian Helgeland
País: EUA / UK

*boceja*

Pontos bons: Mostra a origem de Robin Hood e não o que ele fez. Ação legal. Um ou dois diálogos. Cate Blanchett tsundere.

Pontos ruins: Todo o resto. Chato demais.


Nota 5.4

Um Segredo de Família (2007)

Título Original: Un Secret
Direção: Claude Miller
Roteiro: Claude Miller baseado em livro de Philippe Grimbert
País: França

Meh..

Filme interessante sobre uma visão judia sobre o Holocausto. Mas não bem isso. Baseado em fatos reais, Um Segredo de Família fala da família Grimbert, mais examtamente de François, uma criança e suas lembranças do que aconteceu com seus parentes naquela época. Não, não é um filme brutal. É bem dramático, mal aparecem nazistas, é mais sobre as pessoas envolvidas com François e as consequências do nacional-socialismo na comunidade judaica.

Vou contar a melhor cena, que deixou todo mundo surpreso, porque foi muito tensa / estranha / curiosa mesmo. E sei que ninguém vai ver esse filme por causa desse post (inclusive não o recomendo, tem muita coisa melhor pra se ver) então vai fundo e leia o seguinte. François, adulto, se casa e logo se apaixona pela mulher de um parente ou amigo, não lembro bem. Ele passa quase o filme todo sem fazer nada a respeito. Aí eles (todos judeus) encontraram uma casa boa pra "se esconder" e estão a habitando já faz um tempo. A mulher de François recentemente percebeu que ele gosta da tal outra mulher e detestou a ideia de ir pra essa casa, pois a loirona estaria lá. Mas ela acabou indo, com o filho. Então certo dia chegam uns nazistas e querem documentos provando que ninguém ali é judeu. Ao falar com a esposa (François não está presente), ela mostra os dois documentos que possui, o falso e o verdadeiro. As parentes ficam WTF. E então chega o filho dela no aposento e a mãe diz "aquele ali é meu filho." Porra, muito tenso.


Enfim.. Interessante, mas chatinho.

Nota 6.7

Garotas Sem Rumo (2005)

Título Original: Havoc
Direção: Barbara Kopple
Roteiro: Stephen Gaghan e Jessica Kaplan
País: EUA

Dobradinha Anne Hathaway! <3

Então. White boys being gangsta. Vergonha alheia mil. Anne e sua amiga são as descoladas que namoram os caras mais legais. Mas elas estão entediadas e resolvem ir para East LA se envolver com latinos. Pois é lá onde a coisa realmente acontece. Mas, claro, dá muita merda, etc. Um destaque do filme é um amigo deles descolado que está filmando uma espécie de documentário sobre esse estilo de vida. Nele, a juventude fala o que pensa. É.. realista.

Novamente, eu estava esperando uma bomba, mas não foi tão ruim assim. Sem contar que se você é fã da Anne Hathaway, esse filme vale a pena, if you know what I mean.

Nota 6.4

Idas e Vindas do Amor (2010)

Título Original: Valentine's Day
Direção: Garry Marshall
Roteiro: Katherine Fugate
País: EUA

Hmmm.. Por que raios não Dia dos Namorados? É uma boa tradução, não?

Bom. Um dia. Los Angeles. Mil pessoas famosas. Listo todos? Sim. Em negrito, os que eu mais gosto. Jessica Alba, Kathy Bates, Jessica Biel, Bradley Cooper, Jamie Foxx, Jennifer Garner, Topher Grace, Anne Hathaway, Asthon Kutcher, Queen Latifah, Taylor Lautner, Taylor Swift e Julia Roberts. Peguei os mais famosos do cartaz acima, lol. Poderia falar quem faz casal com quem, mas meh. O melhor casal é, obviamente, Topher e Anne.

Então, pensem em NY, eu te amo. É exatamente igual mas bem pior. Mas não chega a ser horrível. Eu estava esperando uma bomba, mas o filme tem umas coisas legais. Tem um TWIST massa em um dos arcos (Bradley & Julia) e, durante Idas e Vindas do Amor inteiro, alguns personagens mencionaram umas "teorias" sobre o amor and whatnot. Tem uma que eu achei relevante. Algo como "tem casais que só acham seu amor válido quando as outras pessoas sabem dele."

Prefiro não comentar mais nada.

Nota 6.2


Obs. 1: Sim, links do IMBD a partir de agora. At last.

Obs. 2: Taylor Swift em negrito porque ela é tão bonita. D: Não me importo com sua carreira musical.