Goon (2011)

Direção: Michael Dowse
Roteiro: Jay Baruchel e Adam Goldberg baseado em livro de Adam Frattasio e Doug Smith
País: Canadá e EUA


Goon é um filme de hockey que na verdade fala mais sobre a pancadaria legalizada por trás do esporte. O filme está fazendo um sucesso enorme aqui (essencialmente, por ser um filme de canadenses para canadenses) mas, como fã da NHL, também pude apreciar esse ótimo retrato dessa pequena parcela da América do Norte. Jay Baruchel co-escreveu, produziu e é um dos principais personagens do filme. Ele faz um adolescente viciado em hockey que tem um podcast em vídeo onde comenta os jogos e, em destaque, os maiores hits e lutas das partidas. 

Na grande maioria dos esportes em equipe, a função de um defensor, por exemplo, é marcar (ou impedir) que o atacante do outro time avançe. Isso, com o passar dos vários minutos de qualquer partida, cansa ambos jogadores e, claro, com um trash talk ali ou aqui, tudo começa a parecer pessoal. É muito comum então algum deles fazer uma jogada ilegal com o propósito de desabilitar o adversário fisicamente. Um carrinho bem dado e jurar que foi na bola, no futebol. Bom, quando as coisas ficam quentes assim e, para evitar essas jogadas baixas e "por trás das câmeras", no hockey, é permitido socar (sim) o adversário. Se os dois julgam necessário e querem se "desestressar um contra o outro", eles tiram as luvas e se atacam. O jogo para até algum sair "vitorioso" ou de pé. Quando isso acontece, naturalmente, todos os fãs e envolvidos, começam a torcer para o respectivo jogador de sua equipe e, bem, todo mundo vai a loucura , quer ver sangue e o adversário "sair da luta" imóvel. Basicamente. O filme retrata isso muito bem. 

O melhor amigo de Jay é Seann Williams Scott (conhecido por todo mundo como o Stiffler de American Pie), um brutamontes estúpido (ele mesmo diz) que trabalha como segurança de um bar. Seann só é bom em uma coisa e ele sabe disso: dar porrada nos outros. Depois de uma pancadaria nas arquibancadas de um jogo da segunda divisão, ele ganha a atenção de um caça-talentos. O profissional vê potencial em Seann. Em pouco tempo, ele faz parte dos Halifax Islanders e, como grande parte dos times de segunda, a situação não tá boa. Jogadores velhos demais, ninguém se importa realmente com ganhar ou não e a estrelinha do time muito menos - e ele também nem pode jogar bem se o time não ajuda. Não preciso nem dizer, mas com Seann, tudo começa a melhorar e o time passa a ver a glória de uma ascenção.

O principal conflito de Goon, porém, está em Ross Rhea, um jogador que, assim como Seann, ganhou a fama e habilidade sendo o tank do time. Rhea ainda atua na mesma liga e nada como um novo prodígio pra fazer os da velha guarda ficarem receosos e precisarem defender o seu título ou status como melhor. Naturalmente a briga entre os dois é o ápice do filme e Goon constrói tudo tão bem a tal momento que é impossível não ficar empolgado e se ajeitar na cadeira quando fica claro que a cena vai acontecer. Sensacional.

Queria dizer que você não precisa gosta de esportes pra gostar de Goon mas não garanto. É preciso, sim, entender trabalho em equipe, sentir orgulho de fazer parte de um grupo e, desde que você veja aquele outro cara com o mesmo uniforme seu, saber que ele vai fazer sua função em prol de um resultado positivo.

Nota 8.9