Moneyball (2011)

Direção: Bennett Miller
Roteiro: Steven Zaillian e Aaron Sorkin baseado em livro de Michael Lewis
País: EUA

Muito bom. Não entendo de baseball mas sim de futebol e esportes em geral então vou compara-los.

Moneyball fala sobre baseball e o gerente (Brad Pitt) dos Oakland Athletics na temporada de 2002. Eles não são um time grande. São daqueles que sempre perdem para os principais, aqueles que se classificam mas nunca ganham campeonatos. Parte disso deve-se a que o patrimônio da franquia seja 39 milhões, enquanto a dos Yankees, por exemplo, é de 114. Com tão pouco dinheiro, como um time pode ganhar dos ricos que sempre contratam gente melhor? Como, por exemplo, o Bahia pretende ser campeão, quando existem São Paulo, Grêmio, Fluminense, Santos e por aí vai?

Um dia, Pitt vai a Cleveland tentar uma troca de jogadores e conhece Jonah Hill, um analista novato de jogadores. Depois de uma troca de ideias, Pitt o convence a trabalhar para Oakland e eles bolam um plano. Esportes como baseball não dependem de um jogador e sim do time inteiro. Ou seja, mesmo que gastassem todo seu dinheiro em um jogador excelente, o resto dos Athletics continuaria uma porcaria e eles seguiriam sem conseguir nada. 

Então, baseado num sistema de estatísticas e projeções de Hill, eles decidem remontar o time inteiro. O único fator importante para eles: se o jogador consegue chegar na primeira base com frequência. Não importa se ele é velho demais ou já foi preso ou tem fama de drogado. Uma comparação tosca e errada mas digamos que quem chega mais na primeira base seria quem faz mais gol. Eles contratam, digamos, um zagueiro que faz bastante gol. Mas resolvem botar o cara de atacante. O zagueiro não entende nada daquela posição, mas os números dizem que ele faz bastante gol então é lá que ele vai ficar. É exatamente isso o que Pitt e Hill fazem. Claro, problemas acontecem. Afinal, Pitt não é o técnico do time. Philip Seymour Hoffman é. E o técnico, assim como todo o resto do mundo, não entendem o que Pitt está pensando e bota o zagueiro que faz gol na zaga, naturalmente. Mas isso só faz com que Pitt troque os zagueiros bons por caras piores pro técnico não ter opção. E aí seguem os problemas.


A ideia é muito interessante e o mais legal é ver que ela aconteceu de verdade. Obviamente eu não vou falar se o plano (ou até que ponto) funciona. Confira você mesmo.

Nota 8

Prometheus (2012)

Direção: Ridley Scott
Roteiro: Jon Spaihts e Dan Lindelof
País: EUA

O mestre do sci-fi Ridley Scott, diretor de Blade Runner, revisita seu clássico Alien e volta ao gênero com um dos maiores lançamentos do ano, junto com The Avengers e The Dark Knight Rises. Mas o resultado é decepcionante.

Prometheus começa muito bem. Noomi Rapace e seu namorado são arqueólogos e encontraram o mesmo padrão em diversos rastros de civilizações antigas. Um onde os humanos parecem contemplar um céu com seis planetas sempre na mesma posição. Então descobrem que essa galáxia existe e lá vão eles atrás de respostas. O casal protagonista aposta que a criação da humanidade vem de lá. Eles nomeiam os aliens criadores como "engenheiros" e, caso encontrem algum vivo, querem saber qual é o sentido da vida e essas perguntas existenciais de costume.

Dois anos depois, uma empresa os contrata (e os funda), junto com uma grande equipe, para ir lá visitar e pesquisar esses planetas. Charlize Theron é a contratante e Michael Fassbender é robô que trabalha na espaço-nave com eles (exatamente como o HAL, mas ele parece humano) e Idris Elba é o capitão. Eles chegam, encontram uma construção, acham rastros de alienígenas e aí começa a tensão.

O filme é pretensioso. O primeiro ato é impecável mas depois o roteiro perde controle. Não só as milhares de perguntas que a trama nos dá não são respondidas, como Prometheus se torna um filme de ação chato e, de certa forma, previsível. Todos personagens são rasos e superficiais, com exceção de Noomi e Fassbender (o melhor do filme) que, pelo jeito, precisam ficar vivos a todo custo para que o resto de Prometheus faça sentido.


Visualmente, Prometheus é um espetáculo (dei essa nota só por causa disso). É tudo que você espera de um prólogo de Alien. Quem dera ter visto em IMAX ou até no cinema. Poderia ter sido uma obra prima da ficção científica moderna. Mas o roteiro é preguiçoso e acredito que vão deixar as respostas para uma continuação. Só vendo.

Nota 6.5

Safety Not Guaranteed (2012)

Direção: Colin Trevorrow
Roteiro: Derek Connolly
País: EUA

Divertido, e concordo com o cartaz quando diz "Back to the Future meets Juno."

Safety Not Guaranteed se passa em torno do anúncio nos classificados que está no pôster. Viagem no tempo. Aubrey Plaza (Parks & Recreation), a mocinha e protagonista, é uma estagiária de uma revista. Ela é designada a fazer uma matéria sobre a pessoa por trás desse anúncio, junto com seu "chefe" Jake Johnson (The New Girl) e Karan Soni. Jake também aproveita a empreitada pra encarar uma ex-colega com quem já teve um relacionamento e decide revisitar esses sentimentos.

O homem por trás do anúncio é Mark Duplass (The League) e logo de começo percebemos que ele é peculiar. Lembra o Dwight de The Office. Primeiro Jake decide entrar em contato mas é cortado. Então entra Aubrey e eles começam uma amizade bacana. Claro, no começo todos achamos que Mark é simplesmente louco pois viajar no tempo é impossível, e ele é extremamente paranóico, mas com o passar do filme, vemos que talvez ele tenha razão.

Nota 7

Oslo, 31 August (2011)

Direção: Joachim Trier 
Roteiro: Joachim Trier e Eskil Vogt baseado em livro de Pierre Drieu La Rochelle
País: Noruega

Ótimo retrato da depressão, por um primo de Lars Von Trier. Muitos críticos consideram até melhor do que Melancholia.

Anders é um ex-viciado que completou 10 meses na rehabilitação. Hoje ele tem uma entrevista de emprego, um dos primeiros passos para entrar na sociedade novamente. Então, nesse dia, ele volta a Oslo e revive sentimentos passados. Visita alguns familiares e melhores amigos. Todos ficam orgulhosos de verem Anders tão bem, limpo e aparentemente normal. Mas também percebem que existe uma certa depressão, uma espécie de sentimento de exclusão. Ele tenta interagir com as pessoas mas algo sempre o incomoda e faz com que ele se distancie. O filme se passa em um dia e fica aquele suspense de uma possível recaída de Anders. 

Em uma das cenas mais marcantes, depois de uma noite de festa com uns amigos, eles invadem um clube social pra tomar banho de piscina. Todos entram na piscina menos ele. A mulher que estava com ele, já na água, o chama mas ele só sorri. E então ele vai embora.

Nota 8