The Girl with the Dragon Tattoo (2011)

Direção: David Fincher
Roteiro: Steven Zaillian baseado em livro de Stieg Larsson
País: EUA, UK, Suécia e Alemanha

Excelente.

Não sei o que me atraiu a esse filme primeiro. David Fincher em geral, David Fincher adaptando um thriller sueco ou a incomum parceria entre Daniel Craig e Rooney Mara. Apesar de que, confesso, minutos antes de começar, eu só pensava na Rooney e tinha quase esquecido do Fincher.

Vamos à trama: Craig é um jornalista investigativo que acabou de passar por uma merda profissionalmente. Tudo que ele quer agora é fugir da pressão por alguns dias. E é o que acontece. Um senhor milionário entra em contato com Craig, em relação a um crime cometido na sua família há décadas atrás. A família Vanger era dona de uma pequena ilha na Suécia e, um dia nos anos 60, quando um acidente de carro bloqueou completamente o único acesso à ilha, uma das filhas da família simplesmente desapareceu. A única solução possível? Alguém a matou e a enterrou na própria ilha. Mas por quê? E quem? Trata-se da ilha, afinal, ou seja, só pode ter sido culpa de algum parente.

Por outro lado, temos Rooney Mara, uma adolescente gótica e hacker. Extremamente anti-social e não-convencional, Mara costumava trabalhar para o governo, tamanha suas habilidades em conseguir informações privadas de, bem, quem ela quiser (ou quem mandarem ela conseguir). Sem família ou amigos alguns, nota-se de começo que ela já passou por muita merda na vida. E, sim, ainda passa, como nos mostra o começo do filme, mais de uma vez. Eventualmente os dois cruzam caminhos e permanecem juntos.


Essa trama investigativa já foi plano de trabalho de Fincher, com Zodíaco. Os tais casos aparentemente sem soluções. Em ambos filmes, ele consegue nos deixar muito interessados nos mistérios, até que você começa a pensar como os personagens e investigar como eles. Ambos os filmes também tem quase três horas e mesmo assim aparecem apressados, mas por um bom motivo: baseado em livros de quase 400 páginas cada.

Mas o maior destaque de The Girl with the Dragon Tattoo é Rooney Mara. Seu personagem é marcante e achei impressionante ela fazer algo assim no "começo" de carreira. Um papel assim definitivamente muda uma pessoa e ela vai olhar para novos roteiros com outros olhos. De acordo com o IMDb, ela está envolvida no próximo projeto de Kathryn Bigelow (The Hurt Locker) e em outro com Terrance Malick (The Tree of Life) e eu acho isso excelente. Espero que ela mantenha o cabelo curto.


Os mistérios são explicados com clareza, as atuações são boas, a trilha sonora (composta por Trent Reznor, do Nine Inch Nails, que também trabalhou com Fincher em The Social Network e inclusive ganhou vários prêmios por ela), embora mal apareça, tem sua importância e não é ignorada. Also, foi um dos únicos filmes de 2011 que me deu uma vontade absurda de rever logo depois que eu saí do cinema. Aprovadíssimo.

Nota 9.3

The Artist (2011)

Direção: Michel Hazanavicius
Roteiro: Michel Hazanavicius
País: França e Bélgica

Aprovado!

George Valentin é uma estrela do cinema mudo. Ele e seu pequeno cachorro são muito carismáticos e, apesar de seu orgulho de estrela o cegar às vezes, é difícil não gostar do ator. Um dia ele encontra uma fã chamada Peppy Miller que lhe prende a atenção. Infelizmente, como todos encontros fugazes e aleatórios, eles se separam e a vida continua. Mas Peppy não desiste. Ela vai atrás de George, num estúdio de cinema e atrai um membro da produção que logo a convida para ser uma extra de um filme. Em pouco tempo, ela encontra George novamente. Ele demonstra interesse em trabalhar com ela (mesmo Peppy não sendo atriz profissional) e, bom, a vontade do ator é suprida. 

Peppy começa a crescer como atriz. Alguns anos depois, uma grande mudança acontece. Os filmes passam a ter sons e vozes. George, antiquado e orgulhoso do seu trabalho, recusa essa evolução. Peppy aceita e dispara em direção ao estrelato. Ela fica extremamente famosa enquanto George, recluso a fazer filmes com seu próprio dinheiro e se aventurando como diretor, é jogado às traças. Então cabe aos dois lidar com essa mudança revolucionária no cinema, assim como, claro, o seu relacionamento. 


Parece de fato estranho ver um filme mudo em pleno 2012. The Artist mostra que é um filme bom é bom indiferente da tecnologia da sua época. Claro, um filme hoje em dia onde ninguém fala é muito incomum e talvez incômodo de se assistir pra muita gente. Mas logo que a música começa, entra-se no filme e percebe-se com clareza as intenções, pensamentos e opiniões de cada personagem. 

Eu daria 7 e alguma coisa pro filme mas tem uma cena em particular que é simplesmente genial. A cena do sonho do George. Excelente ideia. Dando 8 só por ela.

Nota 8

Sobre o GG 2012: Concordo com melhor ator e melhor trilha sonora. Ganhou também melhor comédia ou musical... Fico feliz que tenha ganho de Midnight in Paris, mas eu gostei tanto de Bridesmaids e 50/50. Principalmente 50/50. Bem, entendo que apesar de ser muito bom, não é material pra GG. Enfim. Perdeu atriz coadjuvante pra The Help, não vi então não comento. Diretor pra Scorsese, faz total sentido. E roteiro pro Woody Allen. Também faz sentido, o roteiro é o melhor do filme dele e, afinal, é o Woody.

Sherlock Holmes: A Game of Shadows (2011)

Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Michele Mulroney e Kieran Mulroney, baseado em obra de Arthur Conan Doyle
País: EUA

Melhor do que o primeiro.

No segundo filme da saga de Guy Ritchie, com os excelentes RDJ e Jude Law, enfim encontramos o famoso personagem do Professor Moriarty, considerado pelo próprio Holmes como "o Napoleão do crime" e retratado de forma digníssima por Jared Harris (Fringe, Mad Men). Ele encaixa perfeitamente o perfil de vilão britânico. Em A Game of Shadows, Sherlock se depara com seu maior caso até hoje. Ele percebe ligações entre eventos internacionais diversos e nota que tudo beneficiaria, a longo prazo, o tal professor. Logo então Holmes percebe que Moriarty é, bem, exatamente como ele: inteligente, lógico, planejador, manipulador, carismático e todas aquelas características que bem sabemos que Hous-, digo, Holmes tem. 

A ação funciona muito bem, assim como a comédia. Infelizmente aquela linda da Rachel McAdams aparece pouco. O filme também é mais fácil de entender do que o primeiro, não tem tantos plot twists e o extenso uso de primeirrísimos planos enfoca todos os detalhes que a audiência precisa perceber. E o final é ótimo.

Nota 8.9

The Descendants (2011)

Direção: Alexander Payne
Roteiro: Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash baseado em livro de Kaui Hart Hemmings
País: EUA

Bom, bom. E nomeado a cinco GG nesse ano.

George Clooney é um advogado. Ele também é dono de uma porção enorme de terra que pretende vender. Ele não mora mais com a esposa, mas nenhum pediu divórcio ainda. Ele não tem contato com as duas filhas. E lida uma vida relativamente agradável. Então um dia a esposa sobre um acidente na praia e entra em coma. Isso faz com que ele volte pra sua casa antiga e lide com suas filhas e tudo que ele deixou pra trás.

Antes de mais nada, é bom dizer que The Descendants se passa no Havaí. Eu não sabia disso quando fui ver o filme, mas foi uma ótima surpresa. Paisagens lindas. Logo nos primeiro minutos do filme, Clooney faz um pequeno monólogo sobre como o Havaí não é como você pensa. Não é praia, praia, praia o dia inteiro e ninguém trabalha. Sim, praias em todos os lugares e muita gente usa roupa praiana o tempo inteiro, em geral, é um lugar normal com cidades normais. Eventualmente Clooney descobre que sua esposa estava o traindo (não é spoiler, mostra no trailer, então não enche). Então ele e as filhas começam essa jornada de descobrir quem é o cara e tudo mais.

Pelo trailer, eu julgava que iria rir mais do que me emocionar, mas o filme é mais triste do que eu esperava. O que, claro, é uma coisa boa. Então, fica a dica.

Nota 7.8

Breves comentários sobre o GG: Não deve ganhar melhor filme. Clooney talvez ganhe melhor ator, mas vou torcer pro Fassbender. A filha mais velha concorre a melhor atriz coadjuvante. Ela é bonita e atua bem, mas não. Melhor diretor também não. Nem melhor roteiro. E era isso.