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Vidas ao Vento (2013)

Direção: Hayao Miyazaki
Roteiro: Hayao Miyazaki
País: Japão

"O Japão vai explodir. E a Alemanha também."

12 Years a Slave (2013)

Direção: Steve McQueen
Roteiro: John Ridley baseado em livro de Solomon Northup
País: EUA e UK

O filme mais perturbador e emocionante que eu vi em BASTANTE tempo.

The Bling Ring (2013)

Direção: Sofia Coppola
Roteiro: Sofia Coppola baseada em artigo da Vanity Fair (fatos reais)
País: EUA


O hype do novo filme da Sofia Coppola surgiu por dois motivos: baseado em fatos reais e Emma Watson. Infelizmente, The Bling Ring é exatamente o que você espera que seja. 

O filme segue um grupo de adolescentes mimados e entediados, da geração MTV, viciados em rede sociais e sua série de roubos às diversas casas de celebridades hollywoodianas. É claro que, eventualmente, eles ficam gananciosos e estúpidos demais (abuso de drogas) até serem pegos. 


O trabalho da Coppola como diretora foi, como sempre, bem feito e único; o que pode-se perceber por certos takes particularmente selecionados em slow motion e na trilha sonora obrigatoriamente "descolada e hipster" (mas muito boa, que inclui músicos como Kanye West, deadmau5 e, os favoritos da diretora, Phoenix). Os takes e a trilha em favor de mostrar o "elitismo" de pecados capitais como ganancia mas principalmente luxúria. 

Em geral, um bom filme, apesar de decepcionante.

Nota 6.5

Zero Dark Thirty (2012)

Diretor: Kathryn Bigelow
Roteiro: Mark Boal
País: EUA

As pessoas tem que tirar da cabeça que esse filme é propaganda americana. Zero Dark Thirty é muito mais sobre persistência individual e ambição do que sobre "a vitória dos EUA sobre os terroristas". Sabe por que demorou uma década para que ele fosse capturado? Porque uma década depois de 9/11 ninguém mais se importava com Bin Laden. Ele estava desaparecido completamente, nenhuma pista levava a nenhum lugar, ninguém tinha certeza de nada. O nosso protagonista, o personagem da Jessica Chastain, era a única pessoa no CIA que ainda queria capturá-lo custe o que custar e nem na missão final ela tinha certeza de que Bin Laden estava no lugar. Era impossível ter certeza. Mas seu instinto sabia. E foi isso que ela fez.

Também não entendo quem reclama da promoção (?!) de tortura em Zero Dark Thirty. Vocês acham que eles conseguiram as informações que tinham como? Chá das cinco com o Al-Qaeda?


Filme muito bom. Um relato frio e objetivo sobre a "greatest manhunt in history." Novamente, bom trabalho, Bigelow.

Nota 9

Breve comentário sobre o Oscar: Chastain era pra ter ganho de Lawrence.


Hunger (2008)

Direção: Steve McQueen
Roteiro: Steve McQueen e Enda Walsh baseado em fatos reais
País: Inglaterra / Irlanda 

Posto a capa do DVD da Criterion porque é muito mais bonita que o cartaz do filme (normalmente é).

Você conhece o IRA. Irish Republican Army. Nos anos 80, um grupo de prisioneiros do IRA protestaram contra o governo em busca de status político do grupo. O filme mostra Bobby Sands (Michael Fassbender) e como ele liderou a greve de fome que foi feita.

Quando eu vi Shame (2011) no TIFF, todo mundo me falava do antigo filme de Steve McQueen (inclusive estive numa Q&A com o diretor e o Fassbender!) mas só vi Hunger agora. As similaridades são claras. Em ambos filmes, Fassbender fez um protagonista um pouco frio, onde somente tem um propósito e objetivo. No caso de Hunger, que sua mensagem seja escutada e entendida, e no caso de Shame, bem, o orgasmo. A cinematografia, como vocês podem ver no grid que fiz abaixo, também é parecida. Fria, azul, distante.


Excelente filme. Fassbender tá muito magro, a nível de Christian Bale em The Machinist. Talvez mais.


Sobre o grid: Já vi pessoas fazerem isso sobre vários flimes e diretores e é sempre bem interessante e bonito. Vou começar a fazer isso dos filmes que vejo no computador.

Nota 8.5

Argo (2012)

Direção: Ben Affleck
Roteiro: Chris Terrio baseado em livro de Antonio J. Mendez e artigo de Joshuah Bearman
País: EUA

Baseado em fatos reais.

Lá pelos anos 70, os EUA já tinha a mania de "implantar a democracia" por causa de petróleo em países do Oriente Médio. Eles e o Reino Unido planejaram um coup d'état, tiraram o presidente do Irã do comando e botaram um substituto no lugar. A população, naturalmente, ficou furiosa e algum tempo depois, o substituto ficou seriamente doente. Os EUA tiraram o cara do país "para melhores cuidados" e enquanto isso os iranianos não tinham quem depor. Os revolucionários resolveram invadir e tomar conta da embaixada americana no Irã e capturaram vários reféns. Argo fala sobre os seis que conseguiram fugir.

Tony Mendez (Affleck) é um especialista de "exfiltração" do CIA, ou seja, ele entra disfarçado em situações para tirar pessoas de lá. Ele e seu chefe (Bryan Cranston) surgem com um plano para salvar os reféns, atualmente escondidos na casa do embaixador canadense, lá no Irã. E o plano deles é o seguinte: Affleck vai pro Irã como um cineasta canadense. Ele está viajando pelo Oriente Médio procurando locações para filmar uma ficção científica. Ele chega no Irã, o resto de seu grupo (os seis reféns) chegam no outro dia e, uns dias depois, todos vão embora do país juntos. Ou seja, eles terão de fingir que são diretores, cameramen, roteiristas e por aí vai. O problema é sair por aí (e passar por um aeroporto) numa cidade tomada pelas forças revolucionárias, quando todo país sabe que seis reféns fugiram e estão sendo procurados.

A melhor palavra pra definir Argo é tenso. A qualquer momento pode dar algum problema; alguém pode apontar pra você na rua gritando "é ele, é ele!" que todos se viram e danou-se. Não só isso como o filme também é uma corrida contra o próprio CIA pois alguns superiores não gostaram dessa ideia e pretendem montar uma armada para resgatar os reféns à força.

É daqueles suspenses que te deixam na beira da cadeira. Muito bom.

Nota 8

Moneyball (2011)

Direção: Bennett Miller
Roteiro: Steven Zaillian e Aaron Sorkin baseado em livro de Michael Lewis
País: EUA

Muito bom. Não entendo de baseball mas sim de futebol e esportes em geral então vou compara-los.

Moneyball fala sobre baseball e o gerente (Brad Pitt) dos Oakland Athletics na temporada de 2002. Eles não são um time grande. São daqueles que sempre perdem para os principais, aqueles que se classificam mas nunca ganham campeonatos. Parte disso deve-se a que o patrimônio da franquia seja 39 milhões, enquanto a dos Yankees, por exemplo, é de 114. Com tão pouco dinheiro, como um time pode ganhar dos ricos que sempre contratam gente melhor? Como, por exemplo, o Bahia pretende ser campeão, quando existem São Paulo, Grêmio, Fluminense, Santos e por aí vai?

Um dia, Pitt vai a Cleveland tentar uma troca de jogadores e conhece Jonah Hill, um analista novato de jogadores. Depois de uma troca de ideias, Pitt o convence a trabalhar para Oakland e eles bolam um plano. Esportes como baseball não dependem de um jogador e sim do time inteiro. Ou seja, mesmo que gastassem todo seu dinheiro em um jogador excelente, o resto dos Athletics continuaria uma porcaria e eles seguiriam sem conseguir nada. 

Então, baseado num sistema de estatísticas e projeções de Hill, eles decidem remontar o time inteiro. O único fator importante para eles: se o jogador consegue chegar na primeira base com frequência. Não importa se ele é velho demais ou já foi preso ou tem fama de drogado. Uma comparação tosca e errada mas digamos que quem chega mais na primeira base seria quem faz mais gol. Eles contratam, digamos, um zagueiro que faz bastante gol. Mas resolvem botar o cara de atacante. O zagueiro não entende nada daquela posição, mas os números dizem que ele faz bastante gol então é lá que ele vai ficar. É exatamente isso o que Pitt e Hill fazem. Claro, problemas acontecem. Afinal, Pitt não é o técnico do time. Philip Seymour Hoffman é. E o técnico, assim como todo o resto do mundo, não entendem o que Pitt está pensando e bota o zagueiro que faz gol na zaga, naturalmente. Mas isso só faz com que Pitt troque os zagueiros bons por caras piores pro técnico não ter opção. E aí seguem os problemas.


A ideia é muito interessante e o mais legal é ver que ela aconteceu de verdade. Obviamente eu não vou falar se o plano (ou até que ponto) funciona. Confira você mesmo.

Nota 8

Puncture (2011)

Direção: Adam e Mark Kassen
Roteiro: Chris Lopata, Ela Thier e Paul Danzinger
País: EUA

Baseado em fatos reais, Puncture é um ótimo e intenso drama sobre acidentes com seringas em hospitais americanos. 800,000 pessoas morrem ou ficam doentes com isso por ano. Existe alguma solução? Foi nisso que pensou Jeffrey Dancort. Ele criou uma seringa plástica cuja agulha imediatamente se retrai assim que a injeção é dada. Dessa forma, não somente ela evita acidentes com a agulha já usada, como também deixa de ser re-utilizável. Mas ter a "solução perfeita" e querer que todos hospitais a implantem não é tão simples assim.

Chris Evans faz um recém-formado (e junkie) advogado que tem uma pequena firma com seu melhor amigo, Mark Kassen (ator e diretor do filme). Mark faz o papel de Paul Danzinger, sim, um dos caras que escreveu o roteiro. Na sua firma, eles lidam principalmente com danos morais. Mas um dia eles conhecem a enfermeira Vicky, que teve um desses acidentes com agulhas num hospital e acabou sendo diagnosticada com AIDS. Os dois advogados querem ajudá-la, conhecem Dancort e aí começa a briga deles contra os hospitais, a Justiça e por aí vai. Kassen percebe que, bem, esse na verdade parece ser um caso muito maior do que eles podem sozinhos fazer mas Chris só pensa em fazer a coisa certa e implantar as seringas novas por todos EUA (ou talvez ele só queira ganhar na justiça contra os favoritos, sendo ele a zebra).


Puncture é um daqueles filmes que mostram o mercado por trás das câmeras que muita gente nem sabe que existe: a indústria farmacêutica. Não dá pra simplesmente inventar um remédio perfeito que cura tudo, se já existem contratos com outras empresas e a ganância humana. Todo mundo sabe que o capitalista prefere a solução que lhe dá 1000 reais e ajuda cem pessoas do que a que lhe dá 100 e ajuda mil.


Nota 8

Julho, Agosto, Setembro, Outubro POST 3

E provavelmente o último dessa série. E com dobradinha Gosling.

50/50

Seth Rogen e Joseph Gordon-Levitt. Anna Kendrick e Bryce Dallas Howard. Dramédia. Baseado em fatos reais.

Seth Rogen faz ele mesmo. Um dia um amigo dele falou que estava com câncer e tinha 50% de chances. Rogen recomendou que ele escrevesse um roteiro a respeito. O amigo o fez e o resultado é 50/50. 

Pouca comédia, o que é bom quando se trata de, né, um assunto sério e baseado em fatos reais. O drama funciona muito bem e o climax do filme é realmente tenso e emocionante. Vai fazer você reavaliar sua amizades com pessoas queridas.

Nota 8.4

The Ides of March

Lembro de quando ouvi falar desse filme pela primeira vez. Foi, na verdade, quando vi esse pôster, enorme, num cinema. Minha primeira impressão foi: parece ótimo. E de fato é.

Clooney dirige ele mesmo, Ryan Gosling, Paul Giamatti, Philip Seymour Hoffman, Evan Rachel Wood e Marisa Tomei. Baita elenco. Como indica o cartaz, é sobre a campanha de dois políticos que concorrem pela presidência americana. Curiosamente, o segundo candidato (Clooney é um) mal aparece, pois o filme foca mais nos bastidores e em Gosling, novato no negócio mas que sabe muito bem como o sistema funciona.

Excelente drama político. E uma recomendação indireta: veja se você gosta de poker.

Nota 8.6

Drive

A REAL HUUUMAN BEEEING. Esse sim! Que filme!

Gosling faz um dublê de Hollywood especialista em carros e perseguições. No seu tempo livre, ele gosta de ser contratado por criminosos pra ser o motorista de fugas. Sua vida é isso. Então ele conhece uma vizinha, Carey Mulligan, AQUELA LINDA. Seu namorado está na cadeia e ela tem um filho. Pela falta de afeição na vida nos dois, ambos começam a se ver e ter uma relação bonita. Um dia, um de suas fugas dá errado e, resumo dos fatos, ele agora está sendo perseguido por quem não deveria. Então os dois tem que lidar com isso e também com o namorado de Carey que eventualmente sai da cadeia.

Drive é surpreendemente violento (e gráfico), o que é ótimo. O clima dos anos 80 funciona perfeitamente, por causa da excelente trilha sonora. As atuações estão boas, assim como o roteiro. E o filme é tenso. Tudo se encaixa. Vejam!

Nota 9.4

Minha experiência com Drive, no TIFF: Drive estreiou no festival internacional de Toronto e, apesar de não ter conseguido ingresso pra vê-lo durante a premiação, eu estive lá e vi alguns dos atores principais. Eu estava esperando, vocês já devem saber, a Carey Mulligan, mas depois descobri que ela estava (e ainda está ) filmando The Great Gatsby, na Nova Zelândia. 

Mas vi o Ryan Gosling e consegui autógrafo do Bryan Cranston. Foi engraçado e divertido. Tapete vermelho, de um lado fãs e mais fãs, do outro a imprensa. Eles chegavam, tiravam fotos oficiais logo no começo e depois iam pro corredor. Alternavam entre as duas seções.  Numa das vezes que as fãs histéricas (nem tanto) gritaram RYYYAAAAN, enquanto ele estava dando alguma entrevista, ele se virou pra gente e abriu os braços como alguém querendo uma explicação e falou sorrindo "Whaaaaat?" Muito divertido. Impossível não gostar dele ator, fico muito feliz que esse ano tenha sido ótimo pro mesmo. 

E sobre Cranston, ele parecia, assim como parece nas entrevistas, um cara muito de boa e humilde, extremamente diferente de Walter White. Foi um inferno conseguí-lo perto, pois os dois tem o nome muito parecido (Bryan e Ryan) então ele sempre achava que estávamos se referindo ao Gosling, haha. Quando o entreguei o pôster pra ele assinar, ele perguntou "Who is this badass person?" rindo. 

Foi uma ótima noite.

O Vencedor (2010)

Título Original: The Fighter
Direção: David O. Russell
Roteiro: Scott Silver, Paul Damasy e Eric Johnson, baseado em fatos reais
País: EUA

Fucking epic!

Baseado em fatos reais, O Vencedor conta a história dos irmãos Ward, dois famosos boxeadores dos anos 80. Os dois são de uma pequena cidade que está cada vez mais sendo engolida pelo crack e Christian Bale, o irmão mais velho, e outrora um ótimo boxeador, é um desses viciados. Mas Mark Wahlberg, seu caçula, está no caminho oposto e procura se tornar um profissional melhor ainda nesse esporte. E logo conhece Amy Adams (aquela LINDA) e percebemos como funciona sua relação com a família Ward. Sua mãe tem filhos de vários homens (quase todas mulheres) e todos vivem juntos. E, ao invés de deixarem Mark aproveitar chances de treinar com profissionais interessados na carreira em potencial do guri, eles decidem que ficar com a família é melhor, afinal, eles tem experiência em, you know, arranjar lutas, treinar (que ele faz com Bale) e tudo mais. Basicamente tudo que ele sabe, no começo do filme, ele aprendeu com o irmão. Então ele resolve cortar os laços um dia e treinar em outra academia e se vai morar com Amy. O que, claro, cria um sentimento de traição entre os familiares.

Quando isso acontece, ele começa a ser dar melhor, mas, claro, sem nunca esquecer os ensinamentos de seu irmão. E, né, no fim do dia, todos querem somente que o cara vença a luta, no matter what. E é isso que deixa O Vencedor tão emocionante. A luta final quase me fez chorar!

Quando o filme acaba, os irmãos Ward de verdade aparecem e notamos que, de fato, o Bale tá igual ao cara, ficou sensacional. No wonder ele ganhou Oscar e tudo mais, ele é muito foda.

Nota 9.4

A Rede Social (2010)

Título Original: The Social Network
Direção: David Fincher
Roteiro: Aaron Sorkin baseado em livro de Ben Mezrich
País: EUA

Você tem Facebook? Por quê? Você sabia que no começo do Facebook, assim como no orkut, só entrava com convite? Você sabia que o Facebook surgiu em Harvard e só podia se cadastrar quem tinha e-mails terminados em @harvard.edu? Você sabia que Eduardo Saverin, um brasileiro de 25 anos, é dono de 5% do site (o que faz dele um bilionário)? Você sabia que Shawn Fanning, o criador do Napster, teve uma profunda participação no crescimento do Facebook? Pois nesse filme, David Fincher, com o mesmo ritmo frenético de Clube da Luta, nos mostra tudo isso.

Tenho certeza que você conhece o conceito de clube social secreto. Pois é, isso existe, não é futilidade (bem, kinda) de adolescente mimado em seriado sobre aparências. Aqueles clubes que (obviamente) você precisa ser convidado e então tem o período de tempo em que você fica sob observação e deve fazer como mandam. Eles existem fora da ficção e tem uma simples palavra que faz as pessoas quererem entrar: contatos. A Rede Social é, em parte, sobre isso.

Vamos para um dia qualquer de 2000 e pouco. Mark Zuckerberg está bêbado e acabou de perder a namorada. Nos campus de Harvard. Ele é um nerd daqueles self-proclaimed genius e lembra os personagens de The Big Bang Theory, mas né, sem ser tão idiota. Não foi por isso que ela terminou com ele. Ele volta para o seu quarto, dividido com mais uns três colegas, todos programadores, e vai pra internet. Cansado, ele resolve criar um site ali, rapidinho. Duas fotos de mulheres, clique na que você acha mais bonita. The thing is: todos os sites dos campus de Harvard (e faculdades ao redor) tem fotos dos estudantes. E, bem, Mark, com suas l33t skills, consegue quase todas as fotos de alunas rapidamente e monta o site. O atrativo não era escolher entre duas mulheres, e sim entre duas que você conhece. Ele manda o link pra todo mundo da faculdade (todos habitantes dos dormitórios estudantis de Harvard) e, poucas horas depois, o servidor da faculdade cai, tamanho o movimento da banda.

Claro, o site é desativado mas people talk. Pessoas do topo da cadeia social entram em contato com Mark, pois, bem, talvez seja ele que pode ajudá-los naquele projeto. Mark logo aceita, afinal vê aquilo como uma oportunidade para crescimento pessoal e profissional mas percebe as limitações dessa ideia deles. Então ele resolve fazer melhor. O Facebook no início era uma espécie de cardápio de pessoas. Tinha informações básicas (e absolutamente necessárias para college people, como relationship status) e, de lá, dava pra, bem, fazer um breve julgamento sobre a pessoa e ver se o seu interesse aumentava ou não. Todas essas informações era o próprio dono do perfil que botava, afinal o Facebook era extremamente exclusivo e elitista. Então todo mundo tinha orgulho de ter um perfil. Resumindo... Era tipo um orkut sem comunidades e sem scrapbook. Na verdade, nem fala se tinha sistema de amigos, mas, a-há, assim como dá no Facebook atual, dava pra ver quais eram os estudantes de tal faculdade. Claro, não demorou muito pra perceberem que isso dava dinheiro. Mark não queria ficar rico, tudo que ele queria é reconhecimento. Mas sabe como os seres humanos são. E é a partir daí que começa a dar merda.


A Rede Social alterna entre dois tempos. Primeiro, os flashbacks. Tudo como aconteceu, em ordem. E, ao mesmo tempo, mostra Mark contra os diversos processos legais que ele aturou com o passar do tempo. E é tudo muito, muito bem feito.

Bom, resumindo: um excelente filme sobre nerds, milhões, internet e faculdade.

Nota 9.4


GG talk: Sobre o Globo de Ouro... O filme levou melhor filme, diretor, roteiro e trilha sonora. Tudo merecido. Pena que os guris (Jesse e Andrew) não levaram nada.

Os Intocáveis (1987)

Título Original: The Untouchables
Direção: Brian de Palma
Roteiro: David Mamet, Eliot Ness e Oscar Fraley
País: EUA

And now for something completely different: arrumando falhas culturais.

Brian de Palma com Sean Connery, Kevin Costner, Andy Garcia e ninguém menos que De Niro interpretando Al Capone. Um daqules filmes onde os policiais bonzinhos se fodem e precisam burlar a lei para serem eficazes. Works like a charm. O

Os Intocáveis fala sobre a lei seca nos EUA e como, no começo desse período, famílias mafiosas de todos os lugares iniciaram sua dominação nas cidades. No filme, Al Capone já é todo-poderoso, diferente de como é retratado em Boardwalk Empire, um seriado (SENSACIONAL) da HBO que trata do mesmo assunto. Kevin é o policial bonzinho e é ajudado por Sean Connery, um old school que sabe como se deve lidar com esses mafiosos de hoje em dia. Eles botam Andy Garcia no meio e é aí que começa a caça aos gangsters.


Um daqueles filmes onde não tem nada errado. E é de mafia. Enough said.

Nota 9.4

Invictus (2009)

Título Original: Invictus
Direção: Clint Eastwood

Roteiro: Anthony Peckham baseado em livro de John Carlin

País: EUA


Motivos não faltavam pra ver esse filme. Dirigido por Clint Eastwood (OK, nem preciso continuar a lista). Morgan Freeman interpreta Nelson Mandela. Rugby na África do Sul. Pois é.

Eis um fato que você não sabia: o time de rugby da África do Sul foi campeão mundial em 1995. Pois foi. Matt Damon (wut) faz François Pienaar, o capitão do time, e é uma pessoa relativamente normal. Mandela, o novo presidente do país, nota que a África do Sul ainda está frágil, afinal o apartheid tinha acabado logo ali, e resolve usar o esporte para unir o povo. Então ele cria uma relação direta com François e os dois ficam encarregados de, bem, deixar todo mundo com orgulho de ser sul-africano.


Enfim, Invictus é muito bom. Obrigatório para fãs de filmes sobre esporte.

Minha cara no final:

MANLY FUCKING TEARS.

Nota 9.2

Na Natureza Selvagem (2007)

Título Original: Into the Wild
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn baseado em livro de Jon Krakauer
País: EUA



O que é liberdade pra você? Ter um dia livre pra fazer o que quiser? Férias? O horário de almoço no trabalho? Matar aula? Saber que você pode ir pra rodoviária e viajar pra qualquer lugar do país e, se quiser, não avisar ninguém? Agir como se não estivessem olhando? Fazer um inesperado mochilão sozinho, com o total desligamento da sociedade e sua fixação por futilidades como materialismo e consumismo? Pois pra Chris McCandless, ultimate freedom era exatamente essa última opção. "A vida é mais do que relações pessoais." E foi isso que ele fez.

Chris McCandless (Emile Hirsch) é um inteligente e curioso estudante de West Virginia. Ele não é como a maioria dos seus colegas; não se importa muito com, digamos, ter um carro novo ou ser descolado. Ele prefere a companhia dos seus livros, personagens e citações pertinentes que menciona em diversos momentos. Ele, porém, é muito próximo de sua irmã (Jena Malone) e junto dela teve uma infância e pré-adolescência.. perturbada. O pai (William Hurt) trabalhava pra NASA e, pelas suas inovações, ganhava muito dinheiro, algo que deixava a família sempre querendo mais. Um aposento a mais na casa, um aparelho mais moderno e tecnológico. Então, num dia qualquer, Chris finalmente se forma no colégio. Ele tem mais 24 mil dólares guardados pra faculdade. Mas ele resolve doar tudo e fazer um mochilão, a pé, até o Alaska, sozinho e sem avisar ninguém.

Na Natureza Selvagem mostra sua jornada (real) de mais de um ano até seu destino. Grande parte da graça dela, claro, está nas pessoas que conhecem nessa aventura. Muitos atores legais fazem esses coadjuvantes, como Vince Vaughn, Zach Galifianakis, Catherine Keener e (lol) Kristen Stewart. A outra parte da graça está em tudo que ele vivencia sozinho. Paisagens lindíssimas, lugares onde não se vê nenhuma outra pessoas em muitos e muitos quilômetros. Sem muita tecnologia e conveniências sociais (por opção, claro), ele vive, no meio da natureza. Mata e come animais da floresta, sente o mesmo calor do fogo mas com uma satisfação completamente inédita quando faz, com sucesso, uma fogueira. Tudo tem um sabor diferente (e não falo só sobre comida) quando feito pelas próprias mãos, sem auxílio ou supervisão de alguém. Tudo é uma pequena conquista.


Fazia um bom tempo que eu não via um filme com tantas cenas tão emocionantes. Sean Penn como diretor fez um trabalho sensacional. Sei que o crédito deve ir praticamente quase todo para o livro, mas o filme também tem o seu. Ainda mais em uma obra assim. Quão bem palavras podem descrever um lugar assim? A trilha sonora também é excelente, toda composta por Eddie Vedder. Enfim, é tudo sensacional. Quero muito ler o livro. E vejam o filme. It will make you wonder.


Não é muito relevante, mas é algo que quero comentar e me lembrei durante a minha segunda vez vendo Na Natureza Selvagem. Por certo lado, eu concordo com o protagonista. Tenho certeza que não é só comigo que é frequente a vontade de abandonar tudo e quebrar essas correntes que nos prendem a esse nosso entediante e worthless estilo de vida atual. Vontade de, não sei, simplesmente desistir de qualquer tipo de contato com as outras pessoas. Mas, por outro lado, é disso que tudo se trata. Pessoas. Se não fossem elas, não existiria aquela arma pra você usa pra caçar, ou aquela música fantástica que você tanto gosta. As cenas mais emocionantes do filme, justamente, envolvem quem Chris conhece no caminho. E é daí que me veio uma citação de um outro filme (Antes do Amanhecer, do Richard Linklater) em mente. "Eu acredito que, se existe algum tipo de Deus, ele não estaria em mim, ou em você, mas sim no espaço entre nós. Se existe algum tipo de magia nesse mundo, ela está na tentativa de entender alguém enquanto compartilham algo. Eu sei que é praticamente impossível de acontecer, mas quem se importa? A resposta deve estar nas tentativas." E é exatamente por isso que você acorda todos os dias, vai pra rua, estudar ou trabalhar, e acaba conversando com outras pessoas. Essa tentativa. Talvez algo aconteça. Quem sabe?


Vou acabar o post com uma mudança de assunto. Uma das várias citações famosas que Chris usa. Quando perguntado pelos estranhos recentemente conhecidos sobre família e dinheiro, Chris citava Thoreau. "Antes de amor, dinheiro, fé, fama, justiça... dêem-me a verdade."

Nota 9.7

Um Segredo de Família (2007)

Título Original: Un Secret
Direção: Claude Miller
Roteiro: Claude Miller baseado em livro de Philippe Grimbert
País: França

Meh..

Filme interessante sobre uma visão judia sobre o Holocausto. Mas não bem isso. Baseado em fatos reais, Um Segredo de Família fala da família Grimbert, mais examtamente de François, uma criança e suas lembranças do que aconteceu com seus parentes naquela época. Não, não é um filme brutal. É bem dramático, mal aparecem nazistas, é mais sobre as pessoas envolvidas com François e as consequências do nacional-socialismo na comunidade judaica.

Vou contar a melhor cena, que deixou todo mundo surpreso, porque foi muito tensa / estranha / curiosa mesmo. E sei que ninguém vai ver esse filme por causa desse post (inclusive não o recomendo, tem muita coisa melhor pra se ver) então vai fundo e leia o seguinte. François, adulto, se casa e logo se apaixona pela mulher de um parente ou amigo, não lembro bem. Ele passa quase o filme todo sem fazer nada a respeito. Aí eles (todos judeus) encontraram uma casa boa pra "se esconder" e estão a habitando já faz um tempo. A mulher de François recentemente percebeu que ele gosta da tal outra mulher e detestou a ideia de ir pra essa casa, pois a loirona estaria lá. Mas ela acabou indo, com o filho. Então certo dia chegam uns nazistas e querem documentos provando que ninguém ali é judeu. Ao falar com a esposa (François não está presente), ela mostra os dois documentos que possui, o falso e o verdadeiro. As parentes ficam WTF. E então chega o filho dela no aposento e a mãe diz "aquele ali é meu filho." Porra, muito tenso.


Enfim.. Interessante, mas chatinho.

Nota 6.7

Julie & Júlia (2009)

Título Original: Julie & Julia
Direção: Nora Ephron
Roteiro: Nora Ephron baseado em livro de Julie Powell
País: EUA

Julie Powell é uma trabalhadora normal. Tem namorado e acaba de se mudar para um bairro mais barato da cidade. Ela não gosta do seu trabalho, mas pelo menos ele paga as contas. Uma coisa que ela gosta de fazer é comer. Julia Child é uma senhora que recentemente se mudou pra Paris com seu marido. Ela não trabalha e também adora comer.

O filme conta a história de como Julia lançou o seu livro sobre culinária francesa para americanas e no pequeno desafio que Julie Powell um dia fez consigo mesmo: cozinhar todas as receitas de tal livro, em um ano. Julie também resolve fazer um blog a respeito, que acaba sendo muito popular. Essa tarefa se torna a motivação de vida de Julie, obsecada em Julia e seu livro.


Julie & Julia diverte. O romance é bem dosado, o drama até que sim e, bem, é um filme sobre culinária. Se você gosta de comer e cozinhar (ou de Amy Adams e Meryl Streep, e é aqui que eu levanto a mão), "bom apetite."

Nota 6.7

Sempre ao seu Lado (2009)

Título Original: Hachiko: A Dog's Story
Direção: Lasse Hallström
Roteiro: Stephen P. Lindsey
País: EUA

Hmmm.

Eu já sabia toda a história de Hachi, o cachorro fiel, então o filme não me mostrou nenhuma surpresa.

Se você nunca ouvi falar no Hachi, não leia o próximo parágrafo. Esse aqui pode ler. Então, Richard Gere é um professor de música em uma faculdade. Ele tem uma mulher, uma filha e já teve um cachorro. Uma noite, na estação de trem que o leva pra casa do trabalho, ele encontra um cão perdido. Um Akita. É uma raça rara, do Japão. Gere então pega o cão para si e logo percebe que ele é não é como qualquer cachorro.

Se você sabe da história de Hachi, sabe que ele é o cachorro que esperou por muitos anos pelo seu dono na estação de trem, mesmo quando o dono já tinha morrido. Uma história de lealdade, de fato. Eu achei que fosse me emocionar mais com o filme. A única coisa que tenho pra falar sobre isso é a seguinte: sem dúvida, se eu morasse no Japão entre a morte do dono e a de Hachi, eu passaria na estação várias vezes, só para ver Hachi ali, sentado, esperando o seu dono, que não iria voltar. E abraçaria o cachorro e choraria manly tears. Ignorem o filename, heh.

Nota 6.5

Coco Antes de Chanel (2009)

Título Original: Coco Avant Chanel
Direção: Anne Fontaine
Roteiro: Edmonde Charles-Roux e Anne Fontaine
País: França

Queria ver desde que saiu esse cartaz. Muito bom! O filme é massa também.


Coco Antes de Chanel conta a história de Coco Chanel e como ela começou o legado dessa famosa marca. Órfã, ela viveu quase com sua irmã. Ganhou o apelido de Coco por causa de um ato musical que fazia em um bar. Ela sempre foi direta e quieta. Gostava de costurar e, heh, falar mal das roupas de mulheres ricas. O que lhe deu um gosto peculiar e elegante para a moda. Um dia, ela conhece um ricaço com conexões e acaba indo morar com ele.

Uma coisa curiosa nesse filme é que, no final, algo acontece e Coco se volta inteiramente pro trabalho. Makes you wonder que, se não tivesse acontecido, ela não teria feito o que fez. Ou tanto. Ou tão bem. Enfim..

Nota 7.5

Katyn (2007)

Título Original: Katyn
Direção: Andrzej Wajda

Roteiro: Andrzej Mularczyk e Przemyslaw Nowakowski
País: Polônia



Taí um filme que eu queria ver faz tempo. Obrigado, Telecine.

Como diz o cartaz, Katyn conta sobre um massacre russo na Polônia durante a segunda guerra. Bom, infelizmente eu não sei mais o que contar sobre o filme. Ele me deixou a reflexão que também tive quando li V de Vingança: é impressionante o que as pessoas podem fazer só por que as mandaram. A frieza dos soldados enquanto executam centenas de vidas é muito bem retratada aqui. Tiro na nuca, jogar o corpo no buraco, repetir.

Dê-me um militar em tempos de guerra e te dou um genocida.


Nota 9.

O Contador de Histórias (2009)

Título Original: O Contador de Histórias
Direção: Luiz Villaça
Roteiro: Maurício Arruda e José Roberto Torero
País: Brasil


O filme conta a história (HEH) de um dos maiores contadores de história do Brasil, Roberto Carlos Ramos.

Ele era o filho mais novo de uma família de 10 e sua mãe resolveu botá-lo no FEBEM. Mas ele sempre fugia. Com os seus amigos. A vida na rua era tensa. Roubava quando dava, mas eventualmente era pego e voltava pra FEBEM. Então um dia ele conhece Margherit, uma dona que estava lá estudando. Ela, francesa, resolve adotar o menino que, de acordo com o pessoal da FEBEM, não tinha mais jeito ou cura. Nunca voltaria a ser uma pessoa normal, estaria pra sempre fadado a ser uma má pessoa que não se pode confiar. Bom, a Maria de Medeiros (a francesa) adota e ele vira o famoso contador de histórias.

É um filme bom, mas é como a moça do FEBEM disse. Isso é milagre. A cada jovem "salvo", entram mais cinco ou dez. Enfim, de certo jeito, pode-se dizer que ela fez a sua parte.


Nota 6.2