O Céu de Suely (2006)

Título Original: O Céu de Suely
Direção: Karim Aïnouz
Roteiro: Maurício Zacharias, Karim Aïnouz e Felipe Bragança
País: Brasil


Eis um filme que eu queria ver faz tempo.

O Céu de Suely conta a história de uma moça do interior que tenta a vida na cidade grande mas se dá mal e se vê forçada a voltar para a sua cidade-natal. Então, com um filho, depois de decepções amorosas, ela resolve "se rifar" ("uma noite no paraíso comigo") para ter dinheiro o suficiente para fugir.

Sinceramente, eu me decepcionei com o filme. Mas ele não é ruim. A coisa que eu mais gostei foi a placa na saída da cidade. No começo do filme, quando ela vem pra casa, uma placa diz "Aqui começa Iguatu." E na saída, "Aqui começa a saudade de Iguatu." Não sei se essa placa existe mesmo, ou se mesmo Iguatu é uma cidade de verdade, mas seja de quem for, a idéia da placa foi genial.


Nota 7

Star Trek (2009)

Título Original: Star Trek
Direção: J. J. Abrams
Roteiro: Roberto Orci e Alex Kurtzman baseado em seriado de Gene Roddenberry
País: EUA


Now that's good sci-fi.

Eu não sei nada de Star Trek e, se o filme foi feito para esse tipo de público-alvo, acertaram em cheio. E como também ouvi falar muito bem de trekkies, conclui-se que é um ótimo filme, não importa de que forma você olha pra ele.

Não vou falar sobre a história. É como qualquer sci-fi de ação (o que é ótimo): futuro, naves, espaço, lasers, aliens e tudo que há de bom.

Vejam.


Nota 8.3

Transformers - A Vingança Dos Derrotados (2009)

Título Original: Transformers: Revenge of the Fallen
Direção: Michael Bay
Roteiro: Ehren Kruger e Roberto Orci
País: EUA


Meeehhhh. Lembrem-me de novo: por que eu vi esse filme mesmo?

Chatíssimo. O filme não pára um segundo, tá sempre acontecendo coisas, a câmera em constante movimento; é muito irritante! As cenas de ação são aceitáveis, naturalmente, mas o resto argh. O comic relief é horrível, as piadas são forçadas demais.

Se quer mais dessa opinião, veja os primeiros 10 minutos desse vídeo. Eles falam exatamente o que eu penso sobre o filme.


Nota 5

Meu Nome É Taylor, Drillbit Taylor (2008)

Título Original: Drillbit Taylor
Direção: Steven Brill
Roteiro: Seth Rogen e Kristofor Brown
País: EUA


Eh. Vi esse filme por ser relativamente fã do Owen Wilson e, principalmente, por Seth Rogen no roteiro. Vamos ao que interessa.

Os protagonistas desse filme, fora Owen, são 3 garotos nerds que são alvos de bullying na sua escola. Na verdade, eles acabaram de entrar pro High School e já estão sofrendo muito, todos os dias. Então eles decidem contratar um guarda-costas. E aí que Drillbit entra no jogo. Drillbit é um ex-militar cuja vida não lhe foi muito boa e atualmente é um, bem, mendigo. Quando vê a oportunidade de enganar uns garotinhos babacas, ele entra de cabeça. Claro, com o passar do tempo, ele vai acabando desenvolvendo uma relação de amizade com os garotos, o que lida a problemas morais e tudo mais.

Drillbit é um filme divertido. Infelizmente Seth Rogen (pelo que eu me lembre) não aparece, mas um dos amigos do Owen é o Danny McBride, que ganhou o meu eterno respeito pelo The Foot Fist Way. Enfim, dá pra dar umas risadas.


Nota 5.7

Entre os Muros da Escola (2008)

Título Original: Entre Les Murs
Direção: Laurent Cantet
Roteiro: François Bégaudeau
País: França


O vencedor da Palma de Ouro do último festival de Cannes nos traz uma bela e principalmente realista visão sobre o sistema de educação francês (mundial até).

Entre os Muros da Escola fala sobre uma turma comum de colégio, onde todos os alunos são pré-adolescentes, irritantes, egoístas e imaturos. E o filme mostra como os professores e toda parte profissional de uma escola lida com os alunos. O interessante do filme é que o ator que interpreta François (o professor principal) é também um professor e esse filme foi inspirado em um livro dele que retrata uma turma de colégio. Ou seja, ele não é um ator do melhor porte, assim como nenhum dos alunos são. É uma turma normal mesmo. O que deixa tudo bem mais verossímil.

Impossível não refletir sobre a profissão de professor durante o filme. Eu não sei de nada sobre o futuro então prefiro não arriscar e não dizer "nunca serei professor", mas, se tem algo que não dá vontade de fazer, é isso. Em uma cena, inclusive, uma aluna (absurdamente mimada) se comporta mal durante a aula e fica no final dela depois, para conversar com o professor a sós. Depois de muito enrolar, ela finalmente pede desculpas, mas quando está saindo, sussurra "professor idiota" para as amigas que estavam na porta da sala esperando. E ele escuta. O que raios um professor pode fazer numa situação dessas? A vontade que dá, claro, é de educar a criança de forma adequada, pois pelo jeito não está sendo em casa. Sem opção e explodindo de raiva, o professor espera uns segundos para elas sairem e dá um chute furioso em uma das mesas da sala, a derrubando.

Ser professor de colégio deve ser tenso.

Nota 8.5

Sinédoque, Nova York (2008)

Título Original: Sinedoche, NY
Direção: Charlie Kaufman
Roteiro: Charlie Kaufman
País: EUA

PUTA QUE PARIU! Que Charlie Kaufman é um gênio todo mundo já sabe, mas ele precisa ficar nos lembrando a cada filme que faz? Acho bom que sim!

Por onde começar...? Primeiro, pra quem não sabe, essa é a estreia dele como diretor. Ou seja, muita gente estava com uma expectativa enorme sobre esse filme. E ela foi plenamente satisfeita, na minha opinião. Ah, e pra quem não sabe quem é Charlie Kaufman, foi o cara que escreveu o roteiro de Adaptação, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e Quero ser John Malkovich. Se você não viu algum desses 3 filmes, veja agora. Sério.

Bom, sobre o Sinédoque, NY. Como todos os trabalhos dele, o filme começa relativamente normal e do meio pro final tudo se mistura; imaginação, lembranças, sonhos, fantasia e realidade. Já explico isso melhor. Caden (Philip Seymour Hoffman) é um diretor de Teatro e está, bem, com uma crise na sua vida. Nada o motiva, nada dá certo. Porém, um dia ele ganha um prêmio e isso o empolga a fazer uma peça nova. Algo ambicioso. Ele compra um galpão enorme e resolve recriar NY lá dentro. Contando a vida de seus moradores, incluindo a sua. Então, o rumo da estória muda nas entrevistas de atores que fariam o papel do Caden.

Um dos candidatos (senhor de idade) diz que acompanha o trabalho de Caden há 20 anos e que também o segue todos os dias (sendo um stalker) e isso o faz conhecer Caden melhor do que qualquer outra pessoa. Caden fica curioso e com certo receio desse cara mas resolve deixá-lo interpretá-lo. O problema é que o Caden ator se comporta como o Caden o tempo inteiro.

O Caden de verdade não se importa (o cara está ganhando experiência e ao mesmo tempo mostrando o seu valor), mas outras pessoas da vida dele também ganham papéis no filme, naturalmente. Como as várias mulheres da vida de Caden. E o Caden de mentira se envolve com uma das mulheres de verdade. E assim segue. Não só isso, como qualquer acontecimento na vida do Caden verdadeiro, logo já é transposto para a peça. Isso dá aquele ar confuso e ao mesmo tempo fantástico para o filme.

Quando foi que isso aconteceu? Como isso pode estar acontecendo? É o tipo de pergunta que você se faz vendo o filme. Preciso rever agora. Ah, e o final é sensacional também.

Nota 9.6

A Onda (2008)

Título Original: Die Welle
Direção: Dennis Gansel
Roteiro: Dennis Gansel baseado em livro de Todd Strasser
País: Alemanha


Que filme foda!

Rainer é um professor de ensino médio que gosta de Ramones. Ele não é nada conservador, como os outros professores do colégio, bem pelo contrário. Deveras liberal. E um dia ele seria encarregado de organizar um seminário sobre Anarquia, mas certas pessoas mexem uns pauzinhos e, com medo dele iniciar uma campanha revolucionária entre os alunos, deixam Rainer como responsável pelo seminário de Autocracia.

Autocracia, você se pergunta? Que porra é essa? Seria um sistema baseado num único líder, com poderes absolutos e ilimitados. Bote isso na Alemanha e você tem o Fascismo. E A Onda é exatamente sobre isso. A princípio, claro, o professor fica decepcionado ao ter que dar aulas sobre algo que ele repuna completamente. Mas ele tem uma idéia: que tal tenta implantar um regime autocrata na sala de aula? Daria certo? Posso provar para os alunos que isso é algo horrível.

Então ele começa e, claro, dá tudo errado. A grande maioria dos jovens de hoje está perdida tentando desesperadamente se encaixar em algum lugar ou se destacar entre os outros. E, claro, isso atualmente é impossível. Não importa o que você faça, como você se vista ou que músicas escuta, as pessoas vão te rotular e vai existir sempre um estereótipo babaca especialmente pra você. Com jovens assim, se você encontra um professor descolado e confiante, ele acaba sendo o cara mais foda do mundo. E se o professor diz que brincar de Fascimo é divertido, você mergulha de cabeça.


Enfim. Na minha sincera opinião, o filme não é bem sobre o que falei nesse último parágrafo e sim como a autocracia é ruim e all that bla bla bla. Mas talvez A Onda seja, sim, uma crítica a uma juventude desorientada.

Nota 9.3

A Partida (2008)

Título Original: Okuribito
Direção: Youjirou Takita
Roteiro: Kundo Koyama
País: Japão


Ótimo drama sobre morte.

O protagonista é um violoncelista e mais novo membro de uma orquestra japonesa. Porém, a orquestra logo é desbandada, deixando ele sem emprego nem nada. Forçado a buscar emprego, ele vê um anúncio interessante sobre viajantes no jornal e vai atrás. O salário é muito bom e ele aceita mas depois descobre que o seu trabalho seria ajudar famílias a darem um velório decente para seus entes queridos recentemente falecidos (incluindo preparação do cadáver e tudo mais).

É um filme engraçado e emocionante, o que lhe deu o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2009. Recomendo bastante.

Nota 8.9