O Lobisomen (2010)

Título Original: The Wolfman
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Andrew Kevin Walker e David Self
País: UK / EUA

Novo Benicio Del Toro e Anthony Hopkins que de quebra ainda tem Hugo Weaving e Emily Blunt? É óbvio que eu iria ver.

Emily Blunt é casada com um cara. Uma criatura bizarra tem matado os moradores da vila. O marido dela morre. Benicio Del Toro, irmão dele, então volta pra família. Mas ele é mordido. Meh, O Lobisomen é um filme decente sobre eles, I suppose. Tem uma cenas de ação bem legais. Mas saí bem decepcionado do filme. Pensem Drácula de Bram Stoker sobre lobisomens e bem pior.

Nota 5.9

Um Olhar do Paraíso (2009)

Título Original: The Lovely Bones
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh e Philippa Boyens baseado em livro de Alice Sebold
País: EUA / UK / Nova Zelândia


Mais uma prova de que cineasta bom não faz sempre filme bom. Bem, o filme é baseado num livro, então suponho que a culpa não seja do Peter Jackson..

Um Olhar do Paraíso fala de Susie, uma garotinha de 14 anos que é brutalmente assassinada pelo seu vizinho. A partir daí, ela vira um espírito errante pelos mundos e assiste de camarote tudo que acontece com sua família e o seu assassino. Então ela precisa se decidir entre tentar a vingança contra o cara ou esperar que sua família melhore da perda. Ah, e ela também auxilia uns amigos, digamos, a encontrarem o seu corpo sumido.

Meh, tudo bem, essa sinopse não parece tão horrível assim. Mas o filme é forçado e chato. Esse tal in-between, lugar onde Susie está, é uma espécie de paraíso (daí o nome do filme), que tem tudo que ela gosta e é muito, muito bonito. E totalmente fantasioso, rosas brotam em baixo de rios congelados e por aí vai. Era pra ajudar na estética do filme, mas não quebrou o galho pra mim. É muito artificial e WTF.

Recomendo Um Olhar do Paraíso só para fãs do Stanley Tucci (ele ficou legal de vilão), Saoirse Ronan (a loirinha de Desejo e Reparação) e Rachel Weisz (linda, dispensa comentários).


Nota 5.2

Mammoth (2009)

Título Original: Mammoth
Direção: Lukas Moodysson
Roteiro: Lukas Moodysson
País: Suécia / Dinamarca / Alemanha

Quem dera todos os updates desse blog fossem sobre filmes como esse! Bom, como eu disse no twitter semanas atrás, quando vi Mammoth: Lukas Moodysson definitivamente entrou pra minha lista de cineastas mais respeitados e admirados de todos os tempos. Todos filmes dele que vi são nota 9 pra cima, então, né..

Mammoth fala sobre quando coisas ruins acontecem a pessoas boas e até quando elas aguentam. Gael Garcia Bernal e Michelle Williams são um casal e tem uma filha. Eles também têm uma empregada tailandesa chamada Gloria. E Gloria tem dois filhos, ambos na Tailândia, junto com sua família. Logo no começo do filme, Gael viaja para a Oceania e assim o filme se divide em quatro histórias. Gael e sua viagem de negócios, Michelle e seu trabalho (médica), a relação de Gloria com Jackie (filha dos patrões) e o dia-a-dia dos filhos de Gloria, na sua terra natal.

Pelo que falei, sim, Mammoth é o Moodysson mais Iñárritu (diretor de Babel, 21 Gramas, Amores Brutos; filmes onde é comum a história se dividir em vários pedaços) que já vi. Mas isso é longe de ser ruim. O personagem de Gael é um cara novo e rico, ele criou uma rede social sobre games e o site alcançou o status de myspace, praticamente. Por isso (e mais alguns outros motivos), o filme tem bastante esse lance de relacionamento a distância. Ele frequentemente se comunica com a mulher, mesmo do outro lado do mundo. E Gloria também eventualmente conversa com os filhos, por telefone. Isso tudo deixa o filme muito realista e plausível. A vida é assim, não?


O problema em Mammoth é quando os personagens começam a perceber que, bem.. É preciso estar lá. O estresse de pequenas coisas que dão errado é crucial na vida das pessoas e é necessário expôr isso de alguma forma. Não dá pra deixar tudo acumulado. Chega uma hora que.. basta, não? E Mammoth se desenvolve assim, você fica tenso com os personagens.

Por fim, em um filme que fala sobre isso, sobram duas conclusões possíveis: um final feliz (como em Bem-Vindos) ou triste (como em Lilja 4-ever). Mas não vou falar o que acontece, claro. Veja Mammoth logo.

Nota 9.8

Ghost Town (2008)

Título Original: Ghost Town
Direção: David Koepp
Roteiro: David Koepp
País: EUA

Não preciso nem falar que só vi o filme por causa do Ricky Gervais.

Ele é um dentista. Solteiro, velho, relativamente bem de com a vida. Então um dia ele morre. Digo, por alguns minutos. E quando ele volta, percebe que as coisas não são as mesmas. Agora ele consegue ver espíritos que rondam o mundo dos vivos. E, bem, os mortos percebem isso e começam a encher o saco dele. Sendo um deles, Greg Kinnear, um rico desgraçado que traía a mulher. E os mortos pedem favores, pois afinal se eles ainda andam pela Terra, talvez exista algo pendente que precisa ser resolvido. E Ricky Gervais supostamente é o cara pra isso.


Meh, por não ser escrito pelo Gervais, não se poderia esperar grandes coisas. Mas o filme diverte. É ele, afinal. Tem uma cena genial, mas que eu nem lembro na verdade. Isso aqui é melhor.

Nota 6.4

Bem-Vindos (2000)

Título Original: Tillsammans
Direção: Lukas Moodysson
Roteiro: Lukas Moodysson
País: Suécia / Dinamarca / Itália

Tenho visto muitos filmes nota 9 recentemente e isso não é coincidência.

Não consigo pensar nesse filme ser lembrar do comentário que um amigo meu fez a respeito. Se Lilja 4-ever (filme do mesmo diretor, drama tenso que fala sobre prostituição infantil e suicídio) é uma obra que mostra o pior da humanidade, em Tillsammans Lukas consegue mostrar que ainda podemos ter fé nela.

Bem-Vindos fala sobre um pensionato onde moram: um revolucionário, três gays, dois casais hétero mas liberais e três crianças. Em sua maioria, o pessoal é de bem com a vida, não leva as coisas muito a sério, mas, bem, é difícil fazer com que todo mundo concorde com tudo o tempo inteiro. Inclusive, o filme começa quando a irmã do dono do lugar resolve ir morar com eles também. Com dois filhos. Bom, e a partir daí, começamos a lidar com os relacionamentos entre eles, de todos moradores, assim também como seus problemas fora da casa. As crianças aparecem bastante, mas na maioria das cenas, são negligenciadas pelos adultos.


Talvez não tenha dado para perceber pelos parágrafos acima, mas em geral, o clima da casa é de amizade e companheirismo. Nesse filme eu não posso comentar qual é a melhor cena, pois é a última. Mas fala sobre aquilo que todos queremos: ser aceitos por um lugar e por pessoas que não se preocupem com o nosso passado ou com que roupas estamos vestindo.

Esse filme é para todos aqueles que um dia já se sentiram como se não fizessem parte.

Nota 9.6

Serious Moonlight (2009)

Título Original: Serious Moonlight
Direção: Cheryl Hines
Roteiro: Adrienne Shelly
País: EUA

Novo da Kristen Bell. ♥

Então, a primeira vez que ouvi falar desse filme foi em alguma entrevista da diretora. Conheço a diretora Cheryl Hines, pois era ela a Cheryl, mulher de Larry David, no seriado de comédia da HBO, Curb Your Enthusiasm. Aí a vi fazendo propaganda do primeiro filme que iria dirigir e me interessei. Also, Kristen Bell.

Serious Moonlight fala sobre o casal Ian e Louise (Meg Ryan). Está tudo bem quando de repente ela descobre que ele tem um caso com uma mulher do trabalho (Bell). Ele confessa tudo, que precisa pegar um vôo e fugir com a amante na manhã seguinte. Mas então, e é isso que faz o filme diferente, ela resolve amarrar o marido e não deixá-lo sair de casa. "Até que você volte a me amar." Nisso, claro, a Kristen acabe indo na casa, muita merda acontece, inclusive Justin Long aparece e faz todos, bem... reavaliarem seus conceitos, digamos.


É um filme divertido. O cara que faz o marido é muito bom. Timothy Hutton. Deu pra rir.

Nota 7

Encounters at the End of the World (2007)

Título Original: Encounters at the End of the World
Direção: Werner Herzog
Roteiro: Werner Herzog
País: EUA

Pulei uns filmes porque preciso falar sobre esse. E, OK, esse vai ser um post grande.

Conheço pouquíssima coisa do Herzog, mas sempre gostei dele. Um dia então, enquanto via sua grande lista de filmes, notei que a maioria dos recentes são documentários e um amigo meu me recomendou esse tal encontros no fim do mundo. Documentário sobre a Antártica? Eu topo, afinal gelo, neve, frio e lugares assim sempre me agradaram - de ver em fotos e imagens, pelo menos.

Uma coisa que é preciso saber desde o começo é que os documentários do Herzog não são normais. Não é ele simplesmente falando sobre algo e mostrando como essa coisa é. Ele interpreta tudo. Ele dá as suas opiniões e assim você consegue ver o que é exposto da forma que ele quer. Por exemplo, em uma cena, ele está com um grupo de mergulho. E durante as preparações, ninguém falava nada. OK, nada demais. Mas então Herzog fala, em off, que os caras fazendo aquilo, algo que acontece quase todos os dias com eles, o lembrava de padres se arrumando antes de dar uma missa. E você pensa "realmente." E durante o documentário todo, ele faz esses eventuais comentários e é sempre algo.. interessante e, por certo lado, simbólico.


O filme começa na Estação McMurdo da Antártica, um centro de pesquisa americano do tamanho de uma pequena cidade, como vocês podem ver aqui. Lá, Herzog entrevista vários cientistas. E aí você já começa a notar detalhes interessantes. É o mais variado tipo de pessoas possível. Ninguém é simplesmente um cientista que quer trabalhar na Antártica. Filósofos, índios, gente que passou a vida inteira viajando sem nenhum plano maior. Aventureiros, idealistas, misantropos e gente de bem com a vida. Herzog logo então começa a "passear" pela "ilha", sempre com ajuda, claro, e nos mostra imagens lindíssimas e únicas. Encontros no Fim do Mundo nos exibe animais jamais vistos antes, lugares que a humanidade nunca foi. Mensagens e trilhas de exploradores de décadas atrás fizeram.

Vou falar um pouco agora sobre a minha cena favorita (que é muito triste e me fez chorar até) do filme e eu recomendo a leitura dela. Ela não tem relação com a "história" do filme, pode ser considerado spoiler mas não vai arruinar o filme para você. Se já consegui te vender o filme, não precisa ler esse parágrafo, veja o filme e venha aqui depois. Enfim, leia se quiser. A melhor cena de Encontros no Fim do Mundo, na minha opinião, é quando Herzog visita uma colônia de pinguins. O cara que supervisiona o local é bem quieto, já está mais acostumado a conviver com esses animais do que com humanos. Ele comenta que, na colônia, nesse exato momento, só tem machos. Eles estão com os ovos à espera das fêmeas do mar. O especialista diz que os pinguins dali, se me lembro bem, tem duas opções: ou cuidam dos ovos e esperam ou vão para o oceano por si sós. A maioria fica ali mesmo mas aí a câmera pega um grupo que está indo embora. São uns 5 ou 4 pinguins. Após se afastarem alguns metros da colônia, dois param e um resolve voltar. O outro então fica ali parado, indeciso. Ele parece tão triste, ali sozinho. Sem saber o que fazer. Então, assim do nada, ele começa a correr sem parar em direção das montanhas. Láááá longe. Muitos e muitos quilômetros de nada até lá e, mesmo depois delas, também, nada. Sozinho. É como se o pinguim tivesse visto a felicidade em forma física em cima das montanhas. É como se ele tivesse visto a Morte lá em cima mas não sabe o que acontece quando chega nela. Ele corre e corre e corre. Sozinho. Correndo até sua morte, diz Herzog. Mas... por quê? Por que ele vai pra lá, instintivamente sabendo que vai morrer? Por que só ele? O que o fez fazer isso? Ele simplesmente perdeu a esperança e resolveu fazer uma última aventura? Desistiu? Fugiu? Cansou? Não existem respostas para essas perguntas.

Para a minha surpresa (ou não), depois de ver o filme, fui na internet e vi que muitas pessoas também acharam essa cena a mais marcante do documentário. Inclusive li comentários bem interessantes. "Esse é o pinguim mais louco ou mais são de todos." "Senti-me triste e feliz ao mesmo tempo pelo pinguim, ele vai experimentar coisas antes de morrer que nenhum dos outros da colônia vai." Um dos comentários em particular me chamou atenção: "Eu achei muito triste mas ao mesmo tempo a cena mostra que, apesar de 'programados' a fazer certas coisas, como criar famílias, certos animais (humanos inclusos) simplesmente não foram feitos para 'se encaixar' e ser como os outros."


Eu fiquei desacostumado com essa cena. Já vi um filme (um drama muito bom, inclusive, emocionante e bonito) depois mas toda ficção agora parece tão falsa. Aquele pinguim realmente morreu lá. Era inclusive lei do lugar não interferir com os pinguins de nenhuma forma. Ele foi para as montanhas e não encontrou nada. Não tem como uma obra de ficção passar um sentimento assim. Pode ser a coisa mais triste do mundo, mas você sabe que é de mentirinha. Pois é, essa é a moral dos documentários. As coisas acontecem.

Sinceramente, sinto que qualquer nota 9 é pouco. Vou rever no fim de semana e então vejo se pode ser considerado impecável. Por enquanto..

Nota 9.9