Troll Hunter (2010)

Título Original: Trolljegeren
Direção: André øvredal
Roteiro: André øvredal
País: Noruega

Filme tipo Bruxa de Blair e Cloverfield (por sinal, não vi nenhum dos dois) mas sobre caçar trolls! :3

Notícia na Noruega atualmente são os massacres de ursos. Ninguém sabe a causa exata, mas é tudo suspeito. Pegadas gigantes, silêncio do governo. Então um grupo de estudantes de jornalismo resolve investigar por conta própria. Eles encontram um tiozão que está sempre envolvido nas investigações e que constantemente recusa dar entrevistas. Os "repórteres" seguem o cara o tempo todo e, bem, acabam esgotando a paciência do senhor que resolve explicar tudo.


Não é tão bom quanto eu esperava. A melhor cena sem dúvida é lá perto do final, com o último troll. O filme é tenso, realmente parece um documentário e os efeitos especiais são decentes. Mas senti como se estivesse algo faltando.

Nota 7.4

Gatinhas e Gatões (1984)

Título Original: Sixteen Candles
Direção: John Hughes
Roteiro: John Hughes
País: EUA

Arrumando falhas culturais. John Hughes já morreu faz anos e eu ainda não vi nenhum filme dele. Bom, antes tarde do que nunca. Pretendo ver todos filmes relevantes dele e um dia Sixteen Candles (fala sério esse título brasileiro) tava passando no Telecine Cult. Vi o começo mas tive que parar. Quando tive a oportunidade, baixei e terminei.

Molly Ringwald (essa LINDA do cartaz) é uma típica moça de 15 anos. Então chega o seu sweet sixteen e, bem, as coisas não mudam muito, não. E isso a deixa muito decepcionada. É tudo típico, aliás. Ela tem uma irmã mais velha que vai casar e um irmão mais novo que só enche o saco. A família tá sempre ocupada. Ela tem uma ou duas BFFs e é apaixonada pelo jock que nunca lhe dá atenção. O filme então conta sobre essas relações que ela tem. Família, amigas, colegas, nerds que gostam dela...

É engraçado sentir "saudade" ou "nostalgia" dos anos 80 sem ter vivenciado aquela época (sou de 85 mas ). Tudo era diferente back then (bem, muita coisa) e ainda assim, eu, um cara em pleno ano 2011, consegui me identificar bastante com essa jovem de 16 de décadas atrás. Isso só prova como o John Hughes conseguiu capturar a essência daquela geração.

Viva os anos 80!

Nota 9.2

Boy A (2007)

Título Original: Boy A
Direção: John Crowley
Roteiro: Mark O'Rowe baseado em livro de Jonathan Trigell
País: UK

Mais Andrew Garfield, em um filme sobre second chances.

Andrew era uma criança que sofria bullying e um dia encontrou um amigo excluído também. Então esses dois um dia fazem uma burrice enorme e acabam sendo responsáveis pelo assassinato de uma colega de classe. Ambos são presos. O amigo de Andrew se mata. E Andrew, alguns anos depois, sai da cadeia e vai pra outra cidade com outro nome, outra vida. Sendo que aí ele tem menos de 20 anos. Então dá pra saber como o personagem dele é perturbado.

O interessante de Boy A é ver como ele se adapta em um trabalho normal e em criar uma vida decente, nunca se expondo o bastante. Também temos a relação dele com seu "pai adotivo", o responsável por Andrew pós-cadeia, um cara que, naturalmente, acredita em second chances. Tudo isso sempre tentando chamar o menos de atenção possível, vai que alguém em algum lugar o reconheça. Isso deixa o filme bem tenso.

Aprovei.

Nota 7.7

Não me Abandone Jamais (2010)

Título Original: Never Let Me Go
Direção: Mark Romanek
Roteiro: Alex Garland baseado em livro de Kazuo Ishiguro
País: UK / EUA

OK, this is a big one. Esse é um filme que quero ver há mais de 4 meses, por dois motivos, basicamente. Primeiro, o elenco. Carey Mulligan pra ser mais exato, apesar de gostar muito do Andrew Garfield e (um pouco menos) da Keira Knightley. Fiquei sabendo do filme provavelmente pelo Tumblr, vendo algumas imagens dos três. Fui me informar, vi que era baseado num livro de um japa (Kazuo Ishiguro) e comecei a pesquisar sobre a obra. Pela capa e cenas do trailer, eu já fiquei muito interessado. Percebi que era daqueles filmes/livros que eu tinha certeza que ia gostar. Então, após ler várias reviews boas e comentários positivos de um amigo meu (que me disse que o Kazuo escreve em inglês), eu resolvi comprar o livro na língua original. E, depois de muito enrolar, como sempre, eu terminei de ler. E, novamente, agora já por saber como tudo acontece, enrolei mais ainda pra ver o filme, por achar que talvez nunca estivesse preparado, hah. Mas enfim.

Never Let Me Go (recuso-me a botar em português, nenhuma tradução é fiel o suficiente) fala sobre uma menina, Kathy (Carey), e seus dois amigos Tommy (Andrew) e Ruth (Keira). Desde sempre, eles estudam no mesmo colégio, uma espécie de orfanato pois todos moravam lá. Eles não tinham nenhum contato praticamente com o mundo exterior e os professores de Hailsham (o nome do local) os tratavam como as crianças mais importantes do mundo. É tudo sempre um pouco suspeito, diferente do normal, quase todo mundo dá olhares de pena para as crianças, mas, claro, são todos tão jovens e eles não se importam. Mas então um dia uma professora relativamente nova em Hailsham resolve falar. Vou falar a cena a seguir como ela é descrita no livro, muito diferente do filme, pois ficou bem melhor assim.

Chove e vários alunos (assim como essa professora) estão em baixo de um toldo, a caminho de um campus para outro de Hailsham, basicamente. A professora está inquieta e estressada. Os alunos nem percebem o estado dela e levam conversas normais. Uma das crianças comenta que adoraria ir pra Hollywood quando crescer e virar uma atriz famosa. A professora imediatamente começa a prestar a atenção e na hora fica muito triste. Então ela liga o "foda-se" e diz. Ela fala que nenhuma das crianças de Hailsham vão virar adultos. Que quando chegar certo ponto, todas doarão orgãos vitais para o benefício de outras pessoas. Que é esse o propósito delas e de Hailsham, já está tudo programado, não existe outra opção. Claro, as crianças ficam absurdamente chocadas com as informações. Com o passar do tempo, elas também percebem que são clones. Clones feitos unicamente com esse objetivo, doação de orgãos, enquanto o seu original, está no mundo lá fora, com uma vida normal.

A infância acaba e todos viram adolescentes. Onto the next step... Todos devem se mudar de Hailsham e ir para escolas já mais direcionadas para, né, a preparação do que virá a seguir. Tommy, Kathy e Ruth conseguem ir os três para o mesmo lugar. Então ali elas ficam sabendo de um rumor interessante. Nessa época, Tommy e Ruth estão namorando, apesar de Tommy gostar mais de Kathy (e ela gostar dele), foi Ruth quem teve a iniciativa e ela quem se deu bem. Um casal experiente da segunda escola (Cottages, me acostumei com esse termo) menciona a adiamento. É basicamente o seguinte: se um casal dessas casas conseguisse provar que estivesse apaixonado um pelo outro, o pessoal os daria alguns anos para, you know, viverem e serem felizes, ao invés de começar a doar orgãos logo de cara. É a ideia romântica perfeita. Vamos ter uns anos juntos para depois dizer adeus. Infelizmente nenhum dos três protagonistas tinha ouvido falar disso mas o conceito de adiamento ficou na cabeça deles. E é basicamente em função disso que ficam em função os nossos protagonistas: esperança e a incessante busca de sentido nessa existência maldita.

Não vou comparar muitas cenas entre os dois, em algumas, como sempre, o filme foi muito pior (a cena que citei da professora desabafando, no livro também tem uma cena da Madame interrompendo uma dança com a almofada de Kathy escutando o toca-fita) mas em outras ganhou meu respeito (a segunda ou terceira doação de Ruth, o grito do Tommy perto do final). E o final. Tava tudo indo tão bem, mas mudaram as palavras. A moral do final do livro vocês podem ler no final desse post e ela é, apesar dos pesares, algo como "life goes on" e o filme tem uma vibe mais Blade Runner. "But then again, who does?"


Nota 8.6


BTW, essa capa é a do livro, mais bonita do que qualquer pôster do filme.



"I was thinking about the rubbish, the flapping plastic in the branches, the shore-line of odd stuff caught along the fencing, and I half-closed my eyes and imagined this was the spot where everything I'd ever lost since my childhood had washed up, and I was now standing here in front of it, and if I waited long enough, a tiny figure would appear on the horizon across the field, and gradually get larger until I'd see it was Tommy, and he'd wave, maybe even call. The fantasy never got beyond that --I didn't let it-- and though the tears rolled down my face, I wasn't sobbing or out of control. I just waited a bit, then turned back to the car, to drive off to wherever it was I was supposed to be."

O Vencedor (2010)

Título Original: The Fighter
Direção: David O. Russell
Roteiro: Scott Silver, Paul Damasy e Eric Johnson, baseado em fatos reais
País: EUA

Fucking epic!

Baseado em fatos reais, O Vencedor conta a história dos irmãos Ward, dois famosos boxeadores dos anos 80. Os dois são de uma pequena cidade que está cada vez mais sendo engolida pelo crack e Christian Bale, o irmão mais velho, e outrora um ótimo boxeador, é um desses viciados. Mas Mark Wahlberg, seu caçula, está no caminho oposto e procura se tornar um profissional melhor ainda nesse esporte. E logo conhece Amy Adams (aquela LINDA) e percebemos como funciona sua relação com a família Ward. Sua mãe tem filhos de vários homens (quase todas mulheres) e todos vivem juntos. E, ao invés de deixarem Mark aproveitar chances de treinar com profissionais interessados na carreira em potencial do guri, eles decidem que ficar com a família é melhor, afinal, eles tem experiência em, you know, arranjar lutas, treinar (que ele faz com Bale) e tudo mais. Basicamente tudo que ele sabe, no começo do filme, ele aprendeu com o irmão. Então ele resolve cortar os laços um dia e treinar em outra academia e se vai morar com Amy. O que, claro, cria um sentimento de traição entre os familiares.

Quando isso acontece, ele começa a ser dar melhor, mas, claro, sem nunca esquecer os ensinamentos de seu irmão. E, né, no fim do dia, todos querem somente que o cara vença a luta, no matter what. E é isso que deixa O Vencedor tão emocionante. A luta final quase me fez chorar!

Quando o filme acaba, os irmãos Ward de verdade aparecem e notamos que, de fato, o Bale tá igual ao cara, ficou sensacional. No wonder ele ganhou Oscar e tudo mais, ele é muito foda.

Nota 9.4

Besouro Verde (2011)

Título Original: The Green Hornet
Direção: Michel Gondry
Roteiro: Seth Rogen e Evan Goldberg baseado em obra de George W. Trendle
País: EUA

Divertido!

Seguinte: Seth Rogen é um filho de papai que só pensa em festa. O pai dele é o dono de um jornal famoso pela sua integridade profissional, o que fez da família Reid milionários. Um dia, porém, o pai morre e Seth não sabe o que fazer da vida. Ele então vira amigo do ajudante de seu pai, um japinha chamado Kato. Kato, por sua vez, é o cara mais foda do mundo. Mestre da engenharia, ele é daqueles que sabe fazer tudo. Então, um dia, revoltados com as injustiças desse mundo cruel, eles resolvem combater o crime. Ao lidar com problemas morais, though, eles decidem não agir como mocinhos normais. Eles resolvem atuar como vilões (como diz no cartaz), assim os outros bad guys (Christopher Waltz) não sabem que eles são na verdade caras normais e morais. O resultado é bem agradável.

Geral não gostou do Besouro Verde, dizem que é o primeiro grande filme ruim do ano. Eu discordo, a ação + comédia dele funciona bem. Eu tava com vontade de vê-lo faz tempo, né, I mean, Seth Rogen como super-herói? Also, claro, Michel Gondry.

Nota 7.7

Amor & Outras Drogas (2010)

Título Original: Love & Other Drugs
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Charles Randolph, Edward Zwick e Marshall Herskovitz
País: EUA

Eu esperava uma comédia romântica bunda mole (na verdade, só ia ver por causa do casal aí de cima) mas fui surpreendido no melhor sentido possível.

O filme se passa há alguns anos atrás, quando lançaram o Viagra. Jake é um liferuler normal, só pensa em curtir a vida e em mulheres. Eis que um dia ele é despedido (trabalhava como vendedor numa loja de eletrônicos) e, ao buscar um emprego novo, se depara com a possibilidade de virar um daqueles vendedor de remédios milagrosos ambulantes. Por mais seja uma profissão babaca, ele resolve tentar e mergulha de cabeça nisso. O problema, ele logo descobre, é que os médicos descolados já tem vendedores de remédios assim e Jake tem que se esforçar muito pra fazer o cara trocar de produto. Assim, ele cria inimigos e muita gente pra puxar saco. Então, meio como assistente de un médico (Hank Azaria), ele participa de uma consulta com uma paciente normal, ninguém menos que a moça do cartaz, Anne Hathaway.

Jake fica encantado com a moça, e isso faz com que ele a busque fora do horário de trabalho. Mas, claro, como ele percebeu, ela toma vários remédios e ele poderia se aproveitar aí também. Afinal, ela tem Parkinsons. Bom, eles saem num encontro mas ela menciona que não quer nada sério. Ele diz OK. E o relacionamento deles começa, baseado numa única coisa: sexo. Mas, né, as coisas evoluem e a relação deles acaba sendo a única boa na vida dos dois. Então surge o Viagra e Jake vira o "garoto propaganda" dele. Eles ganham muito dinheiro e começam a pesquisar sobre Parkinsons and all.


O que eu gostei mais de Amor & Outras Drogas é que, junto com elementos de comédia romântica (cenas engraçadas), pela doença (e personalidade excêntrica, na verdade) da Anne, o filme vira muito mais. Tem uma citação em particular que eu achei muito bonita, que surge durante uma discussão sobre, you know, defeitos, nada nunca vai dar certo e tal. Ele fala algo como: Imagine que exista um casal como a gente, mas sem esse tipo de problema. Os maiores problemas deles são preocupações como contas, onde jantar no fim de semana, como interagir com o chefe. Eu não quero ser essas pessoas. Eu quero isso. Eu quero nós.

Also, os dois aparecem pelados o tempo todo, então, né, taí outro motivo pra ver.

Nota 7.9