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The Act of Killing (2012)


Direção: Joshua Oppenheimer e Christine Cynn
País: Dinamarca, Noruega e UK

- Quantas pessoas ele matou?
- Umas mil.
- Como ele consegue dormir? Ele não é perturbado?
- A maioria deles ficou louco.
- Não, eles ficaram ricos.

Um documentário perturbador sobre o massacre de comunistas na Indonésia durante os anos 60. O filme tem um olhar bem peculiar a respeito, deixando com que os assassinos (membros de gangues patrocinados pelo governo) refaçam suas ações como atores. 

Numa Indonésia dos anos 60 dominada pelo militares, membros da elite da Juventude Pancasila (grupo paramilitar que ajudou o governo nos massacres) são tratados como a família real. Eles contam com orgulho histórias sobre matar, estuprar, roubar que todos fizeram. E ainda assim vivem normalmente e algumas cenas estão fantasiados como mulher pra atuarem como as mulheres que torturaram e mataram. Em algumas das particularmente doentias atuações, as crianças presentes naturalmente não sabem que os adultos estão atuando e começam a chorar e tentam ajudar os familiares que estão sendo torturados, o que deixa tudo muito mais realista e deprimente.

The Act of Killing segue na maioria do tempo um homem só chamado Anwar Congo, ele mesmo tendo matado centenas de Chineses, usando diversos métodos. Todos envolvidos no filme se exibem falando sobre as várias formas que usaram pra matar e como eles foram, por exemplo, muito mais cruéis do que os filmes de Hollywood sobre mafiosos. Mas é claro que é impossível esquecer ter cometido esses atos. Em uma cena, Anwar interpreta alguém sendo interrogado e torturado (pra em seguida ser morto) pelo método que eles mais usaram; arame envolto ao pescoço. Depois que o assassinato falso ocorre, ele demora pra voltar ao normal. Um amigo dele lhe oferece água, mas nenhuma resposta. Anwar fica simplesmente parado, olhando pro chão com olhos completamente mortos, sem dúvida relembrando as incontáveis vezes que ele fez isso com Chineses aleatórios. 

Todos tentam justificar suas ações. A maioria deles, já que décadas se passaram, não pensa mais muito sobre isso. "Um crime de guerra é definido pelos vencedores. Nos meus olhos, eu sou um vencedor e o que eu fiz não foi crime de guerra." "Eu mataria qualquer um se o preço fosse justo." 

Esse documentário vai sem dúvida deixar você pensando.

Nota 9

The Hunt (2012)

Direção: Thomas Vinterberg
Roteiro: Tobias Lindholm e Thomas Vinterberg
País: Dinamarca

Que filme poderoso.

O mundo é cheio de acontecimentos terríveis e injustos, mas uma coisa que me irrita muito é quando uma pequena e boba mentira é capaz de destruir a vida de uma pessoa.

Lucas (Mads Mikkelsen, o Hannibal do seriado atual) é um professor numa creche. Ele mora numa cidade pequena da Dinamarca, todo mundo se conhece e ele inclusive dá aula pra filha de seu melhor amigo. Klara, a filha, gosta muito de Lucas. Um dia Klara manda uma espécie de carta inocente de amor (um coração desenhado, apenas) e ele fica constrangido e devolve. Ela não leva a "rejeição" bem, inventa uma historinha sobre o professor e, pronto, de repente ele é um pedófilo que abusou de várias crianças da escola.

O que sempre acontece é, claro, ninguém quer saber o lado do suspeito. "Eu conheço a minha filha, ela não mente." Não existem palavras pra expressar o quanto eu acho isso revoltante. Lucas passa então grande parte do filme tentando se explicar ou apenas lidando com o que a sociedade lhe impôs. 

The Hunt, porém, é sobre muito mais do que apenas isso. É sobre traição, paternidade e medo. É um filme que te deixa tenso e irritado; isso é uma ótima qualidade. A atuação de Mikkelsen está excelente (destaque pra cena da igreja) e a direção capturou bem a atmosfera fria da Dinamarca. E o final é sensacional. 

Nota 9,5

Perfect Sense (2011)

Direção: David Mackenzie
Roteiro: Kim Fupz Aakeson
País: UK, Suécia, Irlanda e Dinamarca

Bom! Não estava esperando nada e recebi um bom drama sobre epidemias.

Perfect Sense fala sobre uma doença que tira os cinco sentidos dos infectados, em ordem: olfato, paladar, audição, visão e tato. Ninguém sabe a origem da doença e ninguém sabe a cura. Ou seja, tem umas noções apocalípticas interessantes. Eva Green estuda epidemiologia e está envolvida com o processo de análise da doença e Ewan McGregor é um chef e trabalha num restaurante perto da casa de Eva. Bonitos como só eles, eles começam uma relação na mesma época que a epidemia inicia e tem que lidar com isso.

Pela sinopse, Perfect Sense lida com um problema sério no cinema: ser dramático demais. Mas isso não acontece. Claro, não tem solução e você sente o desespero da humanidade junto, mas ficou tudo tão bem feito que você não nota. Não tem gente chorando sem parar e personagens suicidas.

Pode ser que isso não seja tão realista, mas, convenhamos, com a Eva Green (ou Ewan McGregor, pra quem curte) do meu lado, eu não me sentiria tão mal assim.

Nota 7.8

Melancholia (2011)

Direção: Lars von Trier
Roteiro: Lars von Trier
País: Dinamarca, Suécia, França e Alemanha

Ótimo!

Em Melancholia, Lars von Trier, um dos diretores mais polêmicos da atualidade, faz um belo ensaio sobre o fim do mundo e a morte. 

Tudo acontece na festa de casamento de Kristen Dunst com Alexander Skarsgard. Esse sempre foi o sonho dele, mas ela é uma pessoa mais excêntrica. Por mais que goste da ideia de passar a vida toda com o noivo, o casamento em si é uma tarefa tão cansativa e boba. Não só os dois chegam extremamente atrasados para a cerimônia, como Kristen está sempre "indo ao banheiro" e voltando depois de meia hora ou mais. Tudo acontece numa casa de campo enorme e não é um dia qualquer. Cientistas descobriram a existência de um planeta (chamado Melancholia) que se escondia atrás do Sol e vai passar bem perto da Terra nessa noite, o que promete ser um belo espetáculo. O problema é que alguns pessimistas prevêem que o planeta vai passar perto demais da Terra e talvez até se chocar com ela. E se você leu o primeiro parágrafo...

É interessante ver como os personagens lidam com isso. Depois do casamento, na verdade, quando só temos Kristen, Charlotte Gainsbourg (irmã) e Jack Bauer (cunhado) pra lidar com a situação. Ah, e o filho de Charlotte x Jack. Uma curiosidade é como o personagem de Kristen é como é (depressiva, alguns dizem), ela trata desse assunto de forma mais racional. Enfim, o melhor de Melancholia é tudo que acontece depois do casamento (parte mais chata e acessível do filme). A última cena em particular é memorável. 

Nota 9.1

Armadillo (2010)

IMDb: Armadillo
Direção: Janus Metz Pedersen
Roteiro: Kasper Torsting
País: Dinamarca

Não tenho muito o que falar desse documentário. Ele conta a história de um esquadrão dinamarquês que foi pra Guerra do Afeganistão. É tudo bem realista. Ou seja, a maior parte do tempo é os caras esperando e não fazendo nada e tem um pouco de guerra de verdade.

Para fãs de guerra.

Nota 7.5

O Bom Coração (2009)

Título Original: The Good Heart
Direção: Dagur Kári

Roteiro: Dagur Kári
País: EUA / Islândia / Dinamarca / França / Alemanha



Paul Dano é um mendigo de, heh, bom coração, enquanto Brian Cox, como dá pra ver pelo cartaz, é o velho ranzinza. Dano tenta se matar no começo no filme e Brian tem um problema no coração, e assim eles se conhecem. Brian acha um absurdo o estilo de vida de Dano e resolve "adotá-lo" como "aprendiz" e assim o leva para sua casa / bar. Então várias lições de moral ensue, como boa educação, como tratar clientes e mulheres, qual é o sentido da vida e tudo mais. Mas Brian não é bem o melhor exemplo pra isso, vide pérolas como "não estamos aqui para salvar as pessoas, e sim destruí-las." O personagem dele pode ser visto como um Woody Allen ou Larry David mas (forçadamente) mais extremo.

Brian faz um personagem legal, though, daqueles que discute com as pessoas pelo bem de discutir, mesmo que não concorde com o que quis. Tem uma cena que ele defende o vegetarianismo (algo que um personagem como ele claramente seria contra) só pra irritar e instigar um debate.

Um filme divertido e bonito.

Nota 7.3

Mammoth (2009)

Título Original: Mammoth
Direção: Lukas Moodysson
Roteiro: Lukas Moodysson
País: Suécia / Dinamarca / Alemanha

Quem dera todos os updates desse blog fossem sobre filmes como esse! Bom, como eu disse no twitter semanas atrás, quando vi Mammoth: Lukas Moodysson definitivamente entrou pra minha lista de cineastas mais respeitados e admirados de todos os tempos. Todos filmes dele que vi são nota 9 pra cima, então, né..

Mammoth fala sobre quando coisas ruins acontecem a pessoas boas e até quando elas aguentam. Gael Garcia Bernal e Michelle Williams são um casal e tem uma filha. Eles também têm uma empregada tailandesa chamada Gloria. E Gloria tem dois filhos, ambos na Tailândia, junto com sua família. Logo no começo do filme, Gael viaja para a Oceania e assim o filme se divide em quatro histórias. Gael e sua viagem de negócios, Michelle e seu trabalho (médica), a relação de Gloria com Jackie (filha dos patrões) e o dia-a-dia dos filhos de Gloria, na sua terra natal.

Pelo que falei, sim, Mammoth é o Moodysson mais Iñárritu (diretor de Babel, 21 Gramas, Amores Brutos; filmes onde é comum a história se dividir em vários pedaços) que já vi. Mas isso é longe de ser ruim. O personagem de Gael é um cara novo e rico, ele criou uma rede social sobre games e o site alcançou o status de myspace, praticamente. Por isso (e mais alguns outros motivos), o filme tem bastante esse lance de relacionamento a distância. Ele frequentemente se comunica com a mulher, mesmo do outro lado do mundo. E Gloria também eventualmente conversa com os filhos, por telefone. Isso tudo deixa o filme muito realista e plausível. A vida é assim, não?


O problema em Mammoth é quando os personagens começam a perceber que, bem.. É preciso estar lá. O estresse de pequenas coisas que dão errado é crucial na vida das pessoas e é necessário expôr isso de alguma forma. Não dá pra deixar tudo acumulado. Chega uma hora que.. basta, não? E Mammoth se desenvolve assim, você fica tenso com os personagens.

Por fim, em um filme que fala sobre isso, sobram duas conclusões possíveis: um final feliz (como em Bem-Vindos) ou triste (como em Lilja 4-ever). Mas não vou falar o que acontece, claro. Veja Mammoth logo.

Nota 9.8

Bem-Vindos (2000)

Título Original: Tillsammans
Direção: Lukas Moodysson
Roteiro: Lukas Moodysson
País: Suécia / Dinamarca / Itália

Tenho visto muitos filmes nota 9 recentemente e isso não é coincidência.

Não consigo pensar nesse filme ser lembrar do comentário que um amigo meu fez a respeito. Se Lilja 4-ever (filme do mesmo diretor, drama tenso que fala sobre prostituição infantil e suicídio) é uma obra que mostra o pior da humanidade, em Tillsammans Lukas consegue mostrar que ainda podemos ter fé nela.

Bem-Vindos fala sobre um pensionato onde moram: um revolucionário, três gays, dois casais hétero mas liberais e três crianças. Em sua maioria, o pessoal é de bem com a vida, não leva as coisas muito a sério, mas, bem, é difícil fazer com que todo mundo concorde com tudo o tempo inteiro. Inclusive, o filme começa quando a irmã do dono do lugar resolve ir morar com eles também. Com dois filhos. Bom, e a partir daí, começamos a lidar com os relacionamentos entre eles, de todos moradores, assim também como seus problemas fora da casa. As crianças aparecem bastante, mas na maioria das cenas, são negligenciadas pelos adultos.


Talvez não tenha dado para perceber pelos parágrafos acima, mas em geral, o clima da casa é de amizade e companheirismo. Nesse filme eu não posso comentar qual é a melhor cena, pois é a última. Mas fala sobre aquilo que todos queremos: ser aceitos por um lugar e por pessoas que não se preocupem com o nosso passado ou com que roupas estamos vestindo.

Esse filme é para todos aqueles que um dia já se sentiram como se não fizessem parte.

Nota 9.6

The 3 Rooms of Melancholia (2004)

Tìtulo Original: Melancholian 3 huonetta
Direção: Pirjo Honkasalo
Roteiro por: Pirjo Honkasalo
País: Suécia/Alemanha/Dinamarca/Finlândia


Documentário sobre a Guerra da Chechênia e repressão russa.

Bonito e frio. Europeu.

PS: Eurochannel reina.