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A Família (2013)

Direcao: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson e Michael Caleo baseado em livro de Tonino Benacquista
País: EUA / França

"Desculpa, eu não falo françês."

A Grande Beleza (2013)

Direcao: Paolo Sorrentino 
Roteiro: Paolo Sorrentino e Umberto Contarello
Pais: Italia / Franca

"Tudo se resolve entre murmurinhos e barulho."

Existe algo profundamente intoxicante - num bom sentido - sobre coisas velhas e bonitas. Pode-se dizer que nosso protagonista niilista, hedonista e bon vivant Jep Gambardella é uma dessas coisas preciosas e decadentes que Roma possui. Além de, claro, suas paisagens e lugares hipnotizantes e charmosos, que foram filmados de forma excelente.

Azul é a Cor Mais Quente (2013)

Título Original: La Vie d'Adèle
Direção: Abdellatif Kechiche
Roteiro: Abdellatif Kechiche e Ghalia Lacroix baseado em HQ de Julie Maroh
País: França / Espanha / Bélgica


Em uma cena perto do final, Adele e Emma estão em um bar. Adele com vinho branco e Emma, agora, com café. Entre as duas, a saudade. Adele começa a beijar a mão da, agora, loira Emma. "Sinto falta de tocar em você." Adele pega a outra mão de Emma e a força à sua virilha e o que parecia um ato doce e afetuoso agora vira carnal e sexual. É uma atração animal. "É mais forte do que eu." É como se Emma tivesse um gosto essencial, totalmente único, que incompleta Adele. E é nessa cena que fica mais claro do que nunca que A Vida de Adele é uma vida de, acima de tudo, desejo.

A Vida de Adele, apesar de Azul é a Cor Mais Quente ser um titulo apropriado (mas nem tanto) e curioso, é em suma a definição do filme. Emma, o azul, o tempero de Adele, é apenas algo que aconteceu enquanto ela transcendia de adolescente para jovem adulta, mas que deixou uma marca profunda e definitiva na sexualidade da nossa linda protagonista.

Na maioria das vezes, o filme lida com a realidade gay de forma remota, mas concisa. Quando confrontada pelas colegas ("quem era aquela mulher de cabelo azul?"), Adele sofre uma exclusão social e, junto com outras pequenas cena onde Emma é convidada num jantar na casa de Adele, são as únicas cenas onde lidamos com aspectos normalmente marcantes ou dramático da vida de um adolescente gay. Foi estranho o filme ter tocado tão pouco nesses tópicos (ser visto socialmente pela primeira vez como gay e "sair do armário" para os pais).

No filme Frances Ha, a protagonista sonha com um momento onde "vocês estão numa festa falando com outras pessoas, mas vocês trocam olhares e naquele momento você percebe que aquela é a tua pessoa nessa vida." Em uma festa com os amigos de Emma, onde Adele preparou tudo, é este o clima que temos. A felicidade no relacionamento e a aceitação social vem com tudo à Adele quando todos a aplaudem pela comida e ela agradece, tão cansada e quase chorando, em uma das sem dúvidas, cenas mais emocionantes do filme. 

Mas é afinal sobre Emma, o azul, que gira a vida de Adele. As várias (e longas) cenas de sexo mostram perfeitamente a atração entre as duas. E o relacionemento que nasce vira romântico e ideal.

Kechiche usa constantemente primeiros planos onde, mesmo em cenas de conversas ou onde Adele gesticula bastante com os braços, o rosto de Adele é o principal e único foco. Adele faz um ótimo trabalho em... simplesmente ser Adele no dia-a-dia. Entediada ou vazia; esperando ou com saudade.

Enfim, o filme prova ser um drama romântico realista e não um conto de fadas. Um dos melhores do ano.

Nota 9

In the Mood for Love (2000)

Direção: Kar Wai Wong
Roteiro: Kar Wai Wong
País: Hong Kong / França

"Antigamente, quando as pessoas tinham um segredo, elas subiam uma montanha, achavam uma árvore, faziam um buraco nela e sussuravam o segredo nele. Então elas cobriam o buraco com lama. E deixavam o segredo lá para sempre."

In the Mood for Love é sobre isso. Um romance que nunca aconteceu. Chow e Su se mudaram para o mesmo prédio, no mesmo andar, e assim viram vizinhos. Chow tem uma esposa e Su um marido. Mas ambos cônjuges viajam com frequência a negócios então os nossos protagonistas estão sempre sozinhos. Então Chow e Su começavam a virar amigos.

O filme tem uma sensibilidade notável e é muito mais sobre companheirismo e lidar com a solidão do que sobre amor e paixão. Percebe-se isso pelo fato de, apesar de "se amarem", os protagonistas não se beijam uma vez sequer na frente da câmera. Não só isso, mas tudo que remete a um "caso" é bem escondido pelos dois. Afinal, pessoas fofocam. É como se fosse mau visto conversar e se divertir (nada nem perto de sexo) com alguém do outro sexo se o seu cônjuge não está presente. O fato do filme se passar na Ásia e nos anos 60 ajuda.

O final é particularmente melancólico (o que eu achei ótimo), pois se passa anos depois do que aconteceu e mostra como os personagens ainda estão afetados pelo que aconteceu.

Nota 9

(Outro filme que tive dificuldade em fazer o grid pois a protagonista é simplesmente maravilhosa, vide quarta imagem)


The Artist (2011)

Direção: Michel Hazanavicius
Roteiro: Michel Hazanavicius
País: França e Bélgica

Aprovado!

George Valentin é uma estrela do cinema mudo. Ele e seu pequeno cachorro são muito carismáticos e, apesar de seu orgulho de estrela o cegar às vezes, é difícil não gostar do ator. Um dia ele encontra uma fã chamada Peppy Miller que lhe prende a atenção. Infelizmente, como todos encontros fugazes e aleatórios, eles se separam e a vida continua. Mas Peppy não desiste. Ela vai atrás de George, num estúdio de cinema e atrai um membro da produção que logo a convida para ser uma extra de um filme. Em pouco tempo, ela encontra George novamente. Ele demonstra interesse em trabalhar com ela (mesmo Peppy não sendo atriz profissional) e, bom, a vontade do ator é suprida. 

Peppy começa a crescer como atriz. Alguns anos depois, uma grande mudança acontece. Os filmes passam a ter sons e vozes. George, antiquado e orgulhoso do seu trabalho, recusa essa evolução. Peppy aceita e dispara em direção ao estrelato. Ela fica extremamente famosa enquanto George, recluso a fazer filmes com seu próprio dinheiro e se aventurando como diretor, é jogado às traças. Então cabe aos dois lidar com essa mudança revolucionária no cinema, assim como, claro, o seu relacionamento. 


Parece de fato estranho ver um filme mudo em pleno 2012. The Artist mostra que é um filme bom é bom indiferente da tecnologia da sua época. Claro, um filme hoje em dia onde ninguém fala é muito incomum e talvez incômodo de se assistir pra muita gente. Mas logo que a música começa, entra-se no filme e percebe-se com clareza as intenções, pensamentos e opiniões de cada personagem. 

Eu daria 7 e alguma coisa pro filme mas tem uma cena em particular que é simplesmente genial. A cena do sonho do George. Excelente ideia. Dando 8 só por ela.

Nota 8

Sobre o GG 2012: Concordo com melhor ator e melhor trilha sonora. Ganhou também melhor comédia ou musical... Fico feliz que tenha ganho de Midnight in Paris, mas eu gostei tanto de Bridesmaids e 50/50. Principalmente 50/50. Bem, entendo que apesar de ser muito bom, não é material pra GG. Enfim. Perdeu atriz coadjuvante pra The Help, não vi então não comento. Diretor pra Scorsese, faz total sentido. E roteiro pro Woody Allen. Também faz sentido, o roteiro é o melhor do filme dele e, afinal, é o Woody.

Melancholia (2011)

Direção: Lars von Trier
Roteiro: Lars von Trier
País: Dinamarca, Suécia, França e Alemanha

Ótimo!

Em Melancholia, Lars von Trier, um dos diretores mais polêmicos da atualidade, faz um belo ensaio sobre o fim do mundo e a morte. 

Tudo acontece na festa de casamento de Kristen Dunst com Alexander Skarsgard. Esse sempre foi o sonho dele, mas ela é uma pessoa mais excêntrica. Por mais que goste da ideia de passar a vida toda com o noivo, o casamento em si é uma tarefa tão cansativa e boba. Não só os dois chegam extremamente atrasados para a cerimônia, como Kristen está sempre "indo ao banheiro" e voltando depois de meia hora ou mais. Tudo acontece numa casa de campo enorme e não é um dia qualquer. Cientistas descobriram a existência de um planeta (chamado Melancholia) que se escondia atrás do Sol e vai passar bem perto da Terra nessa noite, o que promete ser um belo espetáculo. O problema é que alguns pessimistas prevêem que o planeta vai passar perto demais da Terra e talvez até se chocar com ela. E se você leu o primeiro parágrafo...

É interessante ver como os personagens lidam com isso. Depois do casamento, na verdade, quando só temos Kristen, Charlotte Gainsbourg (irmã) e Jack Bauer (cunhado) pra lidar com a situação. Ah, e o filho de Charlotte x Jack. Uma curiosidade é como o personagem de Kristen é como é (depressiva, alguns dizem), ela trata desse assunto de forma mais racional. Enfim, o melhor de Melancholia é tudo que acontece depois do casamento (parte mais chata e acessível do filme). A última cena em particular é memorável. 

Nota 9.1

Cave of Forgotten Dreams (2010)

IMDb: Cave of Forgotten Dreams
Direção: Werner Herzog
Roteiro: Werner Herzog
País: França Alemanha EUA Canadá UK

Sensacional.

Werner Herzog já se provou (pelo menos pra mim) ser um diretor genial que, ultimamente, tem feito documentários muito interessantes. Vide Encounters at The End of The World. E nesse longa mais recente ele também resolve inovar: um documentário em 3D. Sim, estranho, não faz muito sentido. Só pra entrar na modinha? Talvez. Mas o 3D de Cave funciona, e muito bem. Logo na primeira cena a gente já percebe que Herzog leva essa tecnologia a sério. E a partir daí, dentro da caverna, só melhora.


Mas o que é a caverna dos sonhos esquecidos, afinal? É uma caverna na França que por MUITOS anos ficou escondida por uma pedra gigante. Ninguém nunca soube que existia uma caverna ali. Então, com o passar do tempo, a pedra se moveu e lá dentro encontraram-se centenas de desenhos pré-históricos. Adicione isso a algumas excelentes frases de efeito de Herzog sobre a existência do homem e ao excelente uso do 3D e temos um documentário marcante.

Nota 9.5

PS: Recomendo extremamente que vejam o filme em 3D. Se não tiverem a oportunidade, 2D.

O Bom Coração (2009)

Título Original: The Good Heart
Direção: Dagur Kári

Roteiro: Dagur Kári
País: EUA / Islândia / Dinamarca / França / Alemanha



Paul Dano é um mendigo de, heh, bom coração, enquanto Brian Cox, como dá pra ver pelo cartaz, é o velho ranzinza. Dano tenta se matar no começo no filme e Brian tem um problema no coração, e assim eles se conhecem. Brian acha um absurdo o estilo de vida de Dano e resolve "adotá-lo" como "aprendiz" e assim o leva para sua casa / bar. Então várias lições de moral ensue, como boa educação, como tratar clientes e mulheres, qual é o sentido da vida e tudo mais. Mas Brian não é bem o melhor exemplo pra isso, vide pérolas como "não estamos aqui para salvar as pessoas, e sim destruí-las." O personagem dele pode ser visto como um Woody Allen ou Larry David mas (forçadamente) mais extremo.

Brian faz um personagem legal, though, daqueles que discute com as pessoas pelo bem de discutir, mesmo que não concorde com o que quis. Tem uma cena que ele defende o vegetarianismo (algo que um personagem como ele claramente seria contra) só pra irritar e instigar um debate.

Um filme divertido e bonito.

Nota 7.3

O Concerto (2009)

Título Original: Le Concert
Direção: Radu Mihaileanu
Roteiro: Radu Mihaileanu baseado em estória de Héctor Cabello Reyes e Thierry Degrandi
País: França / Itália / Rússia / Bélgica / Romênia

Bonito e divertido.

A primeira cena do filme fala bastante sobre o mesmo. Ensaio de uma orquestra. O maestro lida tudo perfeitamente. Até que um celular começa a tocar e percebemos que o maestro na verdade é um faxineiro que atrapalha o ensaio. Alexei era um regente de orquestra e tinha a música clássica como sua maior paixão. Infelizmente, a cultura do seu país teve problemas com o Comunismo e ele foi expulso do seu trabalho. Ele, assim como todos os seus amigos da orquestra, ficaram desempregados e tiveram que se virar pela vida. 30 anos depois, surge uma oportunidade deles tocarem novamente. Em Paris.

O engraçado é que a orquestra toda é composta por um bando de velho que só pensa em beber e ganhar uns dinheiros por aí, lol. Mas, né, todos apaixonado pela boa música de Tchaikovsky. O Concerto tem umas piadas hilárias e a devoção dos personagens é realmente tocante. "Palavras traem. Somente a música é pura e verdadeira." Reflita. Also, o filme tem aquela linda da Mélanie Laurent, de Bastardos Inglórios.

Vale a pena.

Nota 8.4

O Escritor Fantasma (2010)

Título Original: The Ghost Writer
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski baseado em livro de Robert Harris
País: França / Alemanha / UK


Você deve saber o que é um escritor fantasma. O wikipedia resume bem: um escritor profissional que é pago para escrever livros, matérias, blá, creditados à outra pessoa. Nesse filme, Ewan McGregor é contratado para ser o escritor fantasma de Pierce Brosnan, um político importatíssimo da UK. Mas, claro, o ex-escritor fantasma do cara se matou (ou não) e Ewan logo percebe que se meteu numa baita merda, que Pierce é um war criminal, etc.

Ao todo, O Escritor Fantasma é muito bem trabalhado. E o plot twist do final não é absurdo e caiu muito bem. Um ótimo suspense!

Nota 8

Há Tanto Tempo que te Amo (2008)

Título Original: Il y a longtemps que je t'aime
Direção: Philippe Claudel
Roteiro: Philippe Claudel
País: França / Alemanha

Drama francês que vi num cineclube esses dias.

O filme fala sobre Juliette, uma mulher que acabou de sair da cadeia depois de passar 15 anos lá. Ela só tem a sua irmã de família e depende totalmente dela para voltar para a sociedade. Então Juliette passa a morar com a irmã, junto com seu marido, um filho criança e o pai do marido. O filme demora bastante pra contar porque de fato ela ficou presa por tanto tempo e isso é um de seus pontos mais fortes. Outra coisa que me agradou bastante foi Juliette ter pequenos surtos de paciência, o que me deixou pensando que ela poderia matar todo mundo a qualquer momento, haha. Mas logo percebemos que ela, realmente, só está tentando voltar ao normal e esquecer tudo que já lhe aconteceu.

Bem legal.

Nota 7.8

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus (2009)

Título Original: The Imaginarium of Doctor Parnassus
Direção: Terry Gilliam
Roteiro: Terry Gilliam e Charles McKeown
País: UK / Canadá / França

O famoso último filme de Heath Ledger, dirigido por Terry Gilliam. Mas muito mais do que isso.

Doutor Parnassus fez um dia um trato com o Diabo. Ele queria imortalidade e, em troca, o Diabo tomaria seu yet-to-be-born filho ou filha quando este chegar aos 16 anos. Então falta pouco para o prazo e o Doutor começa a se arrepender. Ele aumenta a aposta e diz que vai lhe dar cinco almas, caso o Diabo desista da menina (Lily Cole). O Diabo aceita.

O Doutor Parnassus, atualmente, é dono de um circo móvel. A tropa consta dele, sua filha, Anton (Andrew Garfield) e Percy (o mini-me). Na atração deles, eles levam um voluntário para o Imaginário. É literalmente o lugar dos sonhos da pessoa, onde ela pode ser tudo que quiser, onde e como quiser. Pouco tempo depois, numa noite qualquer em Londres, eles encontram um jovem semi-morto (enforcado) numa ponte chamado Tony. Ele simpatiza com a turma (e a Lily Cole com ele) e vira o novo do grupo.

Tony eventualmente entra no Imaginário e adivinha? Lá, ele não é ele mesmo. Ele é Jude Law! Ou Johnny Depp! Ou Colin Farrell! Assim conseguiram terminar o filme, visto que o Heath morreu no meio das filmagens.


Bonito, criativo, diferente. VEJAM! Also, O Diabo = Tom Waits.

Nota 9

Um Segredo de Família (2007)

Título Original: Un Secret
Direção: Claude Miller
Roteiro: Claude Miller baseado em livro de Philippe Grimbert
País: França

Meh..

Filme interessante sobre uma visão judia sobre o Holocausto. Mas não bem isso. Baseado em fatos reais, Um Segredo de Família fala da família Grimbert, mais examtamente de François, uma criança e suas lembranças do que aconteceu com seus parentes naquela época. Não, não é um filme brutal. É bem dramático, mal aparecem nazistas, é mais sobre as pessoas envolvidas com François e as consequências do nacional-socialismo na comunidade judaica.

Vou contar a melhor cena, que deixou todo mundo surpreso, porque foi muito tensa / estranha / curiosa mesmo. E sei que ninguém vai ver esse filme por causa desse post (inclusive não o recomendo, tem muita coisa melhor pra se ver) então vai fundo e leia o seguinte. François, adulto, se casa e logo se apaixona pela mulher de um parente ou amigo, não lembro bem. Ele passa quase o filme todo sem fazer nada a respeito. Aí eles (todos judeus) encontraram uma casa boa pra "se esconder" e estão a habitando já faz um tempo. A mulher de François recentemente percebeu que ele gosta da tal outra mulher e detestou a ideia de ir pra essa casa, pois a loirona estaria lá. Mas ela acabou indo, com o filho. Então certo dia chegam uns nazistas e querem documentos provando que ninguém ali é judeu. Ao falar com a esposa (François não está presente), ela mostra os dois documentos que possui, o falso e o verdadeiro. As parentes ficam WTF. E então chega o filho dela no aposento e a mãe diz "aquele ali é meu filho." Porra, muito tenso.


Enfim.. Interessante, mas chatinho.

Nota 6.7

Um Homem Sério (2009)

Título Original: A Serious Man
Direção: Ethan Cohen e Joel Cohen
Roteiro: Ethan Cohen e Joel Cohen
País: EUA / UK / França


Novo filme dos irmãos Cohen.

Sabe aquelas comédias onde o protagonista parece ser a única pessoa normal do mundo e todo o resto ser estranho e incomum (tipo as do Kaufman)? E sabe aquele tipo de comédia onde tudo é diferente e é você que fica com cara de WTF (tipo as do Wes Anderson)? Um Homem Sério é parecido.

Larry tem um irmão gordo, doente e chato que mora com ele, faz algum tempo. Larry tem uma família. Então um dia a mulher de Larry resolve se divorciar. E também já avisa que tem um caso com um idiota lá. E esses são apenas os primeiros passos para a iminente destruição do conceito de rotina e normalidade que Larry mantinha.


Misture isso com muito, mas muito judaísmo e o resultado é Um Homem Sério. Ótimo filme, really. Como é meio costume dos Cohen terminar o filme "do nada", esse aqui é a mesma coisa e eu gostei bastante da última cena. Also, esse cartaz é muito bom.

Nota 8.9

Nova York, Eu Te Amo (2009)

Título Original: New York, I Love You
Direção: 12 pessoas.
Roteiro: Mais de 12 pessoas.
País: EUA / França

Igual Paris, Eu Te Amo. Mas melhor!

Então, pra quem não sabe do que se trata. 12 curtas, NYC, romance. Por que é melhor do que Paris? Dois motivos, basicamente: Nesse, algumas estórias se entrelaçam. E em geral é mais bem feito, trilha sonora bonita e por aí vai. Não é tão srs bsnss quanto o outro, é mais chillaxed.

Melhor curta: Orlando Bloom. E os do Ethan Hawke. Ah, e Rachel Bilson. ♥♥

Nota 8.4

Paris, Eu te Amo (2006)

Título Original: Paris, Je t'aime
Direção: er, 16 pessoas
Roteiro: 16 estórias diferentes
País: França

Paris, Eu te Amo é uma coletânea de 16 curtas de romance feitos por diretores famosos em homenagem a cidade do amor, Paris.

É muita gente envolvida. Tom Tykwer, Natalie Portman, Elijah Wood, Irmãos Coen, Steve Buscemi, Walter Salles, Gus van Sant e mais vários diretores e atores estrangeiros que ninguém conhece. Eu poderia comentar curta por curta aqui, mas eh, não vale muito a pena. A maioria deles é isto: bom. Uns são fracos, outros ótimos.

Confesso que o último, sobre uma turista americana que passeia por Paris sozinha, quase me fez chorar. Felizmente, em Paris eu te amo, os bons fazem valer pelos mazomenos.

Nota 8.1

Preso na Escuridão (1997)

Título Original: Abre los Ojos
Direção: Alejandro Amenábar

Roteiro: Alejandro Amenábar e Mateo Gil

País: Espanha / França / Itália


Antes de mais nada, se você não sabe, Abre los Ojos é o filme que inspirou Vanilla Sky (um dos meus favoritos). Então, se você gostou do segundo, veja este.

O filme conta a história de César, um rico de 30 e poucos que herdou tudo o que tem dos pais. Ele é dono de uma compania famosa, é bonito, enfim, tem a suposta vida perfeita. Um dia, no seu aniversário, o seu melhor amigo leva uma convidada, chamada Sofia (Penelope Cruz). O cara diz que talvez ela seja a the one. A senhora perfeita. Porém, César de imediato é atraído por ela. Ele acaba indo pra casa dela e ele sai mais apaixonado do que nunca. Ele dá de cara com uma atual amante, que sempre lhe surpreende em momentos inusitados. Ele entra no carro dela e ela joga o carro por uma ponte. Ela morre e ele fica com o rosto totalmente desfigurado. E AÍ O FILME COMEÇA (to começando a gostar dessa frase, hah).


Bom.. Foi impossível não comparar os dois filmes. Também é muito estranho ver um filme pela primeira vez já sabendo tudo que vai acontecer, as in cena por cena mesmo. Não sei quantas vezes já vi Vanilla Sky, mas juro que não passam de 10. A estética de Vanilla Sky é muito mais atraente e interessante. A trilha sonora é maravilhosa (I mean, tem Radiohead e Sigur Rós) e a direção é fantástica. Preso na Escuridão (vai se foder com essas traduções!) é mais tenso e tem Massive Attack, heh. São poucas as diferenças entre os dois, mas enfim..


Genial.


Nota 9.4

O Ódio (1995)

Título Original: La Haine
Direção: Mathieu Kassovitz
Roteiro: Mathieu Kassovitz
País: França

Eh, esperava bem mais.

O Ódio fala sobre conflitos entre a lei (polícia, governo, etc.) e seu "inimigo" (gangues, criminosos). São três protagonistas: Vinz (Vincent Cassel), Saïd e Hubert. A sociedade, do filme, um dos destaques, é interessante. Mostra guetos e suas relações nada amigáveis com intrusos, digamos. A história começa de verdade quando um policial perde uma arma e Vinz acha. Logo, ele vira um dos caras mais "respeitáveis" de lá, pois pouca gente possui esse tipo de equipamento. Tão diferente do Brasil, heh.

Mathieu Kassovitz é um David Ayer (Dia de Treinamento, Tempos de Violência) francês. Os filmes são muito parecidos e isso passa longe de ser ruim.

Also, Vincent Cassel é muito foda. Quero ser como ele quando crescer.


Nota 8.3

Coco Antes de Chanel (2009)

Título Original: Coco Avant Chanel
Direção: Anne Fontaine
Roteiro: Edmonde Charles-Roux e Anne Fontaine
País: França

Queria ver desde que saiu esse cartaz. Muito bom! O filme é massa também.


Coco Antes de Chanel conta a história de Coco Chanel e como ela começou o legado dessa famosa marca. Órfã, ela viveu quase com sua irmã. Ganhou o apelido de Coco por causa de um ato musical que fazia em um bar. Ela sempre foi direta e quieta. Gostava de costurar e, heh, falar mal das roupas de mulheres ricas. O que lhe deu um gosto peculiar e elegante para a moda. Um dia, ela conhece um ricaço com conexões e acaba indo morar com ele.

Uma coisa curiosa nesse filme é que, no final, algo acontece e Coco se volta inteiramente pro trabalho. Makes you wonder que, se não tivesse acontecido, ela não teria feito o que fez. Ou tanto. Ou tão bem. Enfim..

Nota 7.5

Caché (2005)

Título Original: Caché
Direção: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
País: França

Outro filme que eu queria ver faz tempo. Nesse, depois de ver, notei que tem uma certa polêmica na internet / lugares de discussão. Mas falarei sobre o que Caché se trata antes.

Um casal começa a receber fitas VHS deles sendo filmados na frente de casa (Lost Highway, alguém?). Horas e horas de fita mostrando somente a residência dos dois. Junto com as fitas, desenhos estranhos. Alguns dias depois, o homem do casal (Georges, o personagem, um ator muito bom que já vi outro filme francês excelente chamado O Adversário) começa a ter uns sonhos sobre a sua infância. E então ele cria suspeitas. Resolve seguir um endereço que uma das fitas mostrava e encontra um "amigo de infância." E então o filme começa.

Então, a polêmica (que me levou a uma discussão interessante sobre cinema com um amigo) é a seguinte: o diretor não esclare um dos mistérios do filme. Isso faz, naturalmente, com que muita gente não goste do filme. Tipo, o filme tá indo e de repente acaba. As pessoas detestaram. Por outro lado, tem quem não se importe com isso. Um final "incompleto" não acaba com um filme. E, sinceramente, eu acredito nisso. Não achei o final horrível, mas dá, sim, uma sensação de inconcluso.


O mérito de Caché está durante o filme inteiro. A maioria de vocês sabe que tenho a mania de dizer a palavra "tenso", mas esse é o melhor adjetivo para descrever Caché. O filme tem duas cenas bem.. pertubadoras, digamos, também. Ambas envolvem violência. Uma animal e outra é um suicídio. Muito foda, inesperada e realista a cena. Eu fiquei minutos boquiaberto.

Tenso. In a very, very good way.

PS: Cartaz feio.

PS2: Criei tag pro Haneke pois esse é o segundo filme dele que vejo (sendo o primeiro a versão americana de Funny Games) e pretendo ver mais. O cara é foda.

Nota 9