O Leitor (2008)

Título Original: The Reader
Direção: Stephen Daldry
Roteiro: David Hare, baseado em livro de Bernhard Schlink
País: EUA/Alemanha


O Leitor é um filme sobre segredos e experiências que marcam vidas.

Michael, o nosso protagonista, é um jovem de 16 anos, antes da Segunda Guerra Mundial. Um dia ele encontra uma adulta chamada Hanna e, bom, resumindo, eles têm um caso. Entre as coisas que fazem nas horas juntos, Hanna gosta que Michael leia livros para ela. Não demora muito pra se perceber (nós, e não o protagonista) que ela não sabe ler. E, vá se foder, isso não é spoiler, dá pra notar logo no começo.

Então, coisas acontecem e eles param de se ver. Anos depois, ele está estudando Direito e um dia vai a um caso, já na pós-guerra, sobre nazismo e tudo mais. E eis que a culpada do dia é a Hanna. Ela trabalhava pra SS. Acontece que ela sempre foi meio, for lack of better word, burrinha mesmo. Ela não sabia que ia "ter que fazer" coisas desumanas, mesmo que "sem querer." Por várias vezes no filme, você sente um desespero, junto do Michael, de não poder ajudá-la, dá muita pena dela. E, por não admitir no julgamento que não sabe ler, ela leva a pior. E é então que, muitos anos depois, quando Michael já é adulto, pai e casado, ele resolve entrar em contato com Hanna.


Como eu disse, é daqueles filmes sobre acontecimentos que marcam. O caso que ele teve com ela, bom, ela foi a sua primeira, afinal, marcou ele pra sempre e era algo que ele não conseguia esquecer. Muito menos depois de vê-la no julgamento. Eu me pergunto se coisas assim acontecem "no mundo real"; fatos, pessoas, que você passa a vida inteira pensando sobre. No mundo de hoje parece que não existe, essas coisas de "amor da minha vida" são termos tão comuns que dão nojo, mas faz sentido, afinal "todos somos únicos" e tudo mais. Enfim... o filme é foda.


Nota 8.8

Rebobine, Por Favor (2008)

Título Original: Be Kind Rewind
Direção: Michel Gondry
Roteiro: Michel Gondry
País: EUA


Existem 3 tipos de pessoas no mundo. Pessoas boas que fazem falta no mundo, pessoas nem lá nem cá e pessoas que não prestam. A grande maioria das pessoas simplesmente vive a sua vida, silenciosamente. Falando sério, poucas pessoas que eu conheço fazem parte da primeira categoria: pessoas que o mundo precisa de mais. De cabeça, consigo citar umas 3. Acho que não consigo chegar ao 10. E isso de todas as pessoas que conheço. Michel Gondry é um cara desses que faz falta no mundo. E eu agradeço imensamente ao fato dele ser um cineasta e conseguir se expressar de forma tão genial, fazendo filmes tão bons.

A idéia de Rebobine, Por Favor é muito simples. Mos Def trabalha na locadora de VHS, na época do começo dos DVDs, de um parente. O parente vai viajar. O parente não gosta do Jack Black, amigo de Mos Def, e pede para que Mos não deixe Jack entrar na locadora. Obviamente, o Jack entra e dá merda. Ele estraga todas as fitas. E então uma cliente antiga, que se dá muito bem com o dono, quer alugar Caça Fantasmas. Como eles não tem a fita funcionando, eles pedem para ela voltar amanhã, para que tenham mais tempo pra pensar no que fazer a respeito. Eles acabam concluindo que: como a cliente é uma senhora de idade já, coitada, e como nunca viu Caça Fantasmas, ela não sabe como é o filme, e não saberia diferenciar se fosse, digamos, algo bem tosco e tudo mais. Mos e Jack resolvem "refilmar" Ghost Busters, refazendo várias cenas do filme. Bom, acontece que o neto dela vê e ele acha genial (do tipo tosco e engraçado) e quer mais. Como os caras não tem os filmes em VHS originais pra entregar, eles resolvem continuar refilmando.


Gondry toca naquele ponto, novamente, que dá certo quase sempre: produção em massa é idiota, legal seria o mundo se as coisas fossem únicas e diferentes; especiais. Por mais que, na minha opinião, isso seja um tópico já manjado, é impossível não rir muito e se emocionar com o filme. Tem um take, que mostra um pessoal fazendo os filmes toscos, passando por vários cenários e cenas diferentes, que é absurdamente genial.

O filme é foda e engraçado. Mas não da forma que você está acostumado. Da forma de verdade mesmo.



Nota 9.2


PS.: Bateu uma vontade gigantesca de rever Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças agora...

Operação Valquíria (2008)

Título Original: Valkyrie
Direção: Bryan Singer.
Roteiro: Christopher McQuarrie e Nathan Alexander
País: EUA/Alemanha


Operação Valquíria conta a história dos nazistas bonzinhos. Sim, isso existia. Acontece que certas pessoas acreditam que Hitler não era, digamos, a melhor pessoa pra liderar a Alemanha e por isso planejaram acabar com ele e com o fascismo muitas vezes. Aliás, é uma das únicas coisas boas do filme, nos mostra que, como já disse, nem todos os nazistas aprovavam, er, o genocídio.

No final do filme diz que mais de 15 atentados ocorreram contra Hitler, parecidos com o do filme. A gente não aprende isso nas aulas de História. Outra coisa engraçada do filme é, em certos momentos, você pensava "cacete, parece que vai dar certo." Mas aí "wait, não foi assim que Hitler morreu." Ou seja, em todas aquelas cenas em que o Tom Cruise parecia triunfar, prendendo "true nazis", e onde eles diziam "vocês não vão escapar disso! vocês vão pagar!", eu ria, pois foi o que aconteceu de verdade.


Enfim...


Nota 6.1

Amarcord (1973)

Título Original: Amarcord
Direção: Federico Fellini
Roteiro: Federico Fellini e Tonino Guerra
País: Itália/França


Comédia na época de fascismo.

O filme conta a "história" de uma pequena cidade italiana na época da WWII. Engraçado como certas cenas de comédia funcionam até hoje.


A cena do pavão voando na neve é lindíssima.


Nota 8.2

Gran Torino (2008)

Título Original: Gran Torino
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk e Dave Johannson
País: EUA/Australia


Clint Eastwood, no filme, é um veterano de guerra. Ele matou muita gente inocente e teve vários de seus amigos eliminados no Vietnã. E agora, ele mora sozinho numa vizinhança cheia de imigrantes orientais. Logo na primeira cena do filme você já nota que o personagem dele não é um cara simpático. É um velho rabugento, mas daqueles que tem razão. Que não cansa de reclamar sobre o quanto o mundo está decaindo e como era mais aceitável antigamente.

Então um dia, com o decorrer de certos eventos, ele acaba virando "mentor" de um garoto adolescente oriental. Com o passar do tempo, ele vai se acostumando com eles, percebendo as dificuldades que eles possuem e passa a respeitar mais isso do que os próprios parentes, que só lhe buscam quando precisam de algo.


Gran Torino é um filme para quem não gosta de certas coisas da sociedade atual. E, bom, por ser Eastwood, é filme de macho. E, também, emocionante.


Nota 8.9

Não Estou Lá. (2007)

Título Original: I'm Not There.
Direção: Todd Haynes
Roteiro por: Todd Haynes e Oren Moverman
País: EUA/Alemanha


Então. Quem nunca ouviu falar de Bob Dylan neste mundo, pode se dar um tiro na cabeça. Agora. Não digo necessariamente gostar da música dele, pois não é muito de meu agrado, mas conhecer todo mundo conhece.

Bob Dylan é um cantor de folk music que surgiu pela década de 60. O folk, na época, era algo meio hippie, onde todos falavam mal do governo e sociedade, e as músicas eram todas só violão e voz. Bob era um deles. Porém, com o tempo, ele foi mudando e a sua música também. Uns anos depois, ele resolveu ir mais para o rock'n'roll, com guitarras elétricas, o que causou muita controvérsia entre seus fãs. Era comum ele ser chamado de traidor. Mas ele sempre foi daqueles caras que não está nem aí.

É engraçado que, pelo filme, ele parece daqueles jovens hiper-ativos e drogados, pois ele não fala coisa com coisa. Mas sem dúvida ele é uma pessoa genial.

Minha parte favorita é quando ele está dando uma entrevista pra um jornalista dentro de um carro, e o cara tocando nas mesmas feridas do Dylan, "traiu o movimento", e então o Dylan sai do carro e vai indo embora. O repórter pergunta e segue o diálogo:
- Você não sente nada por ter feito isso e isto?
- Sentir o quê?
- Sentimentos como amor, raiva, etc...
- Eu não sinto nenhuma dessas coisas.


Ah, e o melhor Bob é a Cate Blanchett. Também corresponde à fase mais interessante da carreira dele, na minha opinião.


Nota 8.3

Planeta Terror (2007)

Título Original: Planet Terror
Direção: Robert Rodriguez
Roteiro por: Robert Rodriguez
País: EUA


Depois de muito enrolar, finalmente vi. E, cacete, o que falar sobre isso?

Sabe aqueles filmes de ação sérios, onde os protagonistas fazem de tudo, como se fosse super possível? Tipo exagerando? Pois é, aqui é a mesma coisa, tirando que é pra ser satírico, o que deixa tudo muito melhor.


Planeta Terror é sobre ser foda, holocausto zumbi, muito sangue, mulheres bonitas e, de novo, ser foda. É perfeito.

Confiram o trailer fake que tem antes do filme. Pegue ele, multiplique por mil e terá Planet Terror.


Nota 9.4

Sex Drive - Rumo Ao Sexo (2008)

Título Original: Sex Drive
Direção: Sean Anders
Roteiro por: Sean Anders e John Morris
País: EUA


Bom. Sex Drive é mais um daqueles filmes teens sobre garotos virgens que só pensam em sexo. E, assim como todos, o que salva são algumas certas cenas e uns personagens coadjuvantes.

A história é a seguinte: Ian é o tal virgem e conhece uma loira bem atraente pela internet. Ele, virtualmente, se passa de um cara fodão lá que tem tal carro. Carro este que seu irmão mais velho possui, um carro bem bonitão mesmo. Os outros personagens principais do filme são o melhor amigo de Ian, um gordinho que se dá muito bem com as mulheres chamado Lance. E Felicia, a amiga de infância de Ian, e obviamente a guria que ele gosta. Bom, então o Lance convence Ian a ir na tal cidade da loira da internet pra perder a virgindade, e nisso a Felicia vai junto, mas saber da história. E o filme é sobre a viagem deles.


O melhor personagem do filme sem dúvida é o Seth Green, que faz um amish errante e sarcástico. Em segundo lugar, vem uma dupla de amigos idiotas que não tão nem aí com nada, não fazem nada da vida e conversam com qualquer pessoa que passa por eles.

Enfim. É engracadinho.


Nota 6.8

Sim Senhor (2008)

Título Original: Yes Man
Direção: Peyton Reed
Roteiro por: Jarrad Paul, Andrew Mogel e Nicholas Stoller, baseado em livro de Danny Wallace
País: EUA/Austrália


Sim.

Jim Carey é daqueles caras quietos, que vivem normalmente, sozinhos, tem seus amigos e tudo mais. Porém, ele é viciado na rotina e não gosta de fazer coisas novas. A resposta dele é não, para tudo. E ele julga que leva uma vida muito tranquila e agradável.

Então um dia, ele resolve (forçado por um amigo, claro) ir a um seminário estranho. Era sobre o poder do Sim! e como isso pode mudar a sua vida. Resumindo, ele faz uma promessa durante o troço, que iria dizer sim para tudo. Logo que acaba, um cara meio suspeito pede carona pra ele. Ele aceita. O cara pede pra usar o celular do Jim Carey. Ele aceita. O cara pede dinheiro. Ele aceita. E aí começam as mudanças...


Bom, a moral da história é a seguinte: é sempre bom fazer coisas diferentes, mas sempre com moderação. Tem que ter noção e não aceitando tudo como ele faz no filme, que por sinal, é baseado em um livro de um cara que fez exatamente isso (dizer sim pra tudo). É um filme legalzinho, e ainda tem a Zooey.


Nota 6.3