Um Homem de Família (2000)

Título Original: The Family Man
Direção: Brett Ratner
Roteiro: David Diamond e Weissman
País: EUA


Ninguém sabe como vai ser o seu futuro. Você não sabe se (e quais) as decisões que tomou ontem ou mês passado vão lhe afetar. Nem de que forma. Talvez lhe afetem de um jeito tão passivo e despercebido que você nem ficará sabendo. E isso gera arrependimento. Pensar um pouco mais antes de ter falado aquilo, ter saído de casa naquela noite com os amigos ou quem sabe ter mudado o seu jeito rotineiro de ser só com aquela pessoa, aquela hora. Como eu disse, é possível que as decisões que mais lhe afetam no presente são acontecimentos que você mal lembra (inclusive, creio eu, esse é um dos motivos do porquê existem psiquiatras e relativos; buscar motivos e sentido em sentimentos). Isso tudo, naturalmente, deixa o homem muito pensativo e indeciso. É impossível que tenha existido um homem até hoje que nunca tenha pensado "e se eu tivesse feito aquilo?" E é nessa frase que Um Homem de Família se baseia.

Nicolas Cage faz o papel de um homem de negócios muito bem sucedido. Trabalha em Wall Street, ganha muito dinheiro, tem um carro fodão and all that jazz. Por pensar unicamente no trabalho, isso o fez um homem, talvez, egoísta, que só pensa no que ele gostaria de fazer. Ele mora sozinho e não tem mulher nem filhos. Assim sendo, ele já é diferente da maioria dos outros personagens normais do seu trabalho, e isso cria um carisma interessante nele. Isso e o fato de ele ser muito confiante em si mesmo.

Natal. Todos indo pra casa mais cedo, para as famílias. Uma época que faz Jack (Nicolas) pensar. "Seria eu uma pessoa mais feliz se fosse como todos? Se tivesse uma família saudável e normal?" De qualquer forma, faltando pouco pra meia-noite, ele vai comprar algo para comer numa loja qualquer. No loja, acontece um assalto. Bem, o cara chega com uma raspadinha "premiada" e o dono da loja acusa fulano de fraude. Ele tira uma arma. Jack acaba se metendo na confusão e propõe um trato. O cara aceita e eles saem juntos. Na rua, Jack, por algum motivo, se sente tocado pela.. falta de oportunidade, talvez, do fulano e fala sobre botá-lo em alguma instituição. O cara ri e nega. Eles conversam mais um pouco e o cara pergunta para Jack: do que você precisa? Culpado, Jack responde que não precisa de nada. O cara não acredita e enfim eles se separam. No dia seguinte, Jack acorda ao lado de sua ex-namorada (agora esposa) de anos atrás, em uma casa, com dois filhos e um cachorro. Mas ele continua sendo o Jack de sempre.


Um Homem de Família não só faz você refletir sobre se sempre fez as decisões certas (possivelmente não) mas te diverte e emociona, enquanto Jack tenta se adaptar nessa vida nova. Uma vida que, talvez, ele sempre quis e nunca percebeu.

Nota 9.1

O Sequestro do Metrô 123 (2009)

Título Original: The Taking of Pelham 1 2 3
Direção: Tony Scott
Roteiro: Brian Helgeland, baseado em livro de John Godey
País: EUA


Eh..

John Travolta é um ex-ricaço que foi preso por muitos anos e está de volta na vida criminal. Ele (com outros) resolve sequestrar um vagão de metrô e exigir 10 milhões do prefeito em 3 horas, ou então ele vai matar um passageiro a cada minuto que passa. Denzel Washington é um funcionário público humilde que trabalha na Central de Controle dos Metrôs (ou algo assim) e com ele que Travolta fala, quando começam as negociações.


Bom, é basicamente isso. É um filme tenso. Uma coisa que eu achei engraçada foi que o prefeito (de NYC) é o Tony Soprano, digo, James Gandolfini.

Nota 6.2

Distante Nós Vamos (2009)

Título Original: Away We Go
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Dave Eggers e Vendela Vida
País: EUA

Novo filme do diretor de Beleza Americana, Estrada para a Perdição, Soldado Anônimo e Apenas um Sonho. Also, com o Jim de The Office! ♥

Away we go é uma dramédia sobre gravidez e paternidade. Burt e Verona descobrem que serão pais, logo no começo do filme, e vão logo felizes contarem as novidades para os pais de Burt (os dela morreram faz tempo). Porém, os pais vão viajar no mês que o filho vai nascer. O único motivo pelo qual Burt e Verona moravam naquela cidade era por causa dos pais de Burt e, bom, se eles vão perder o nascimento do seu primeiro neto, eles não parecem se importar muito. Assim sendo, o casal resolve viajar, em busca de parentes, amigos e, acima de tudo, um bom lugar pra morar e criar o filho.

Com o passar do filme, Burt e Verona se deparam com vários pais estranhos. Gente que abandona os filhos, gente que adota, gente que cria os filhos de formas diferentes e estranhas, famílias perfeitas, chatas, horríveis. E eles também percebem o quão sortudos são. O mundo é um lugar problemático, nada é tão simples e eles pareciam ser imunes a isso.


Um ótimo filme sobre paternidade. Makes you wonder.

Nota 8.4

Como Enlouquecer Seu Chefe (1999)

Título Original: Office Space
Direção: Mike Judge
Roteiro: Mike Judge
País: EUA


Obra de arte do criador de Beavis and Butt-head e King of The Hill.

Sabe quando a vida é cheia de conversas que você não gostou? Quando, no meio de formalidades banais, você se sente tão mal, mas tão mal, que dá vontade de matar a pessoa que está conversando contigo ou, hell, de se matar? E sabe quando você não pode evitar essas conversas pois você trabalha e é obrigado a conviver com um monte de gente chata e irritante? Sabe? Então você precisa ver esse filme.

Office Space (sim, vá se foder com esse nome br), em certos aspectos, prega a mesma coisa que Clerks. Seguinte: não se esforçe no seu trabalho. Mesmo que eu trabalhe feito um condenado, eu não vejo um centavo a mais, o salário é o mesmo. O que eu faço é trabalhar o suficiente para não ser despedido. "Eu não sou preguiçoso, eu simplesmente não me importo."

O engraçado desse filme (também) é que o protagonista não foi sempre um Randal da vida (vide Clerks). Ele era um Dante. Mas aí ele foi um psicoterapeuta or something e foi "hipnotizado." "Você vai relaxar, todas as suas preocupações estão sumindo lentamente, você sente seus olhos pesarem" e esse tipo de coisa. Mas então, quando o nosso protagonista, Peter, está super tranquilo, o "hipnotizador" tem um ataque do coração e morre, deixando Peter nesse estado. Só assim, então, ele começa a fazer o que quer e falar o que pensa. Viver de verdade, diriam alguns.

Outra coisa épica de Office Space é que Peter não era o único. O único cara que detestava o trabalho, digo. Ele tinha dois bros, um indiano chamado Samir e um cara igual ao Napoleon Dynamite, mas viciado em gangsta rap, chamado Michael. O fator rap, inclusive, se faz presente várias vezes e é genial. Em algumas cenas, tarefas comuns são feitas em slow-motion enquanto um hip-hop toca, deixando tudo muito mais badass. São 4 cenas assim, na verdade, e são todas sensacionais.


Enfim.. Ainda não viu? Do it now.


Nota 9.5

Up - Altas Aventuras (2009)

Título Original: Up
Direção: Pete Docter e Bob Peterson
Roteiro: Pete Docter e Bob Peterson
País: EUA


Então, o grande novo filme da PIXAR.

Up conta a história de uma dupla nada normal. Um senhor de idade, viúvo, e um jovem escoteiro oriental. O filme começa, na verdade, quando o velhote é uma criança. Ele era fã de um aventureiro chamado Charles Muntz. Esse cara um dia foi pra América do Sul com um zepelin (acho que é esse o nome). Ele era confiante e visionário e o nosso protagonista, Carl, o admirava muito. Então um dia, Carl conhece uma menina que também brincava de voar e sonhava com a América do Sul.

Muitos anos após isso, depois de uma convivência muito feliz e realizada, Carl está sozinho e o mundo já não é mais o mesmo. Em um mero dia aleatório, outro de casas sendo destruídas ao seu redor para a construção de prédios enormes, um escoteiro chamado Rusell bate na sua porta perguntando se ele poderia ajudar de alguma maneira. Era a única medalha que faltava, ajudar um idoso. Carl não vê motivo para dar atenção para o jovem então o ignora. Carl não está num bom dia. Coisas ruins aconteceram e ele não aguenta mais. Ele só lembra de sua mulher e do sonho deles: ir e morar na América do Sul. Então ele resolve prender vários balões na sua casa e sair voando pra lá. E é isso que ele faz. O escoteiro, porém, ainda estava na sua varanda.


A principal diferença entre Up e os outros filmes da PIXAR é que nesse não tem tanto romance. Sim, mostra o passado de Carl mas é só isso. Ele não tem ninguém "especial" nem Rusell. Isso dá um espaço enorme para o filme trabalhar em outras coisas, como desenvolvimento de personagens e comédia, por exemplo. Eu ainda não sei se prefiro Wall-E ou Up, mas esse aqui definitivamente vale a pena.

Nota 8.3

O Contador de Histórias (2009)

Título Original: O Contador de Histórias
Direção: Luiz Villaça
Roteiro: Maurício Arruda e José Roberto Torero
País: Brasil


O filme conta a história (HEH) de um dos maiores contadores de história do Brasil, Roberto Carlos Ramos.

Ele era o filho mais novo de uma família de 10 e sua mãe resolveu botá-lo no FEBEM. Mas ele sempre fugia. Com os seus amigos. A vida na rua era tensa. Roubava quando dava, mas eventualmente era pego e voltava pra FEBEM. Então um dia ele conhece Margherit, uma dona que estava lá estudando. Ela, francesa, resolve adotar o menino que, de acordo com o pessoal da FEBEM, não tinha mais jeito ou cura. Nunca voltaria a ser uma pessoa normal, estaria pra sempre fadado a ser uma má pessoa que não se pode confiar. Bom, a Maria de Medeiros (a francesa) adota e ele vira o famoso contador de histórias.

É um filme bom, mas é como a moça do FEBEM disse. Isso é milagre. A cada jovem "salvo", entram mais cinco ou dez. Enfim, de certo jeito, pode-se dizer que ela fez a sua parte.


Nota 6.2

Janela da Alma (2001)

Título Original: Janela da Alma
Direção: João Jardim e Walter Carvalho
Roteiro: João Jardim e Walter Carvalho
País: Brasil


Documentário brasileiro sobre a visão. Sim, sobre os olhos e enxergar.

Cegos, míopes, celebridades que já escreveram ou filmaram a respeito são entrevistadas em um pouco mais de uma hora de filme. Saramago, Win Wenders, entre outros.

Enfim, não tenho muito pra falar sobre o filme. Foi legal se identificar com pessoas relevantes, quando elas falam que gostam de usar óculos e tudo mais. Um documentário interessante.

Nota 8.3