Não me Abandone Jamais (2010)

Título Original: Never Let Me Go
Direção: Mark Romanek
Roteiro: Alex Garland baseado em livro de Kazuo Ishiguro
País: UK / EUA

OK, this is a big one. Esse é um filme que quero ver há mais de 4 meses, por dois motivos, basicamente. Primeiro, o elenco. Carey Mulligan pra ser mais exato, apesar de gostar muito do Andrew Garfield e (um pouco menos) da Keira Knightley. Fiquei sabendo do filme provavelmente pelo Tumblr, vendo algumas imagens dos três. Fui me informar, vi que era baseado num livro de um japa (Kazuo Ishiguro) e comecei a pesquisar sobre a obra. Pela capa e cenas do trailer, eu já fiquei muito interessado. Percebi que era daqueles filmes/livros que eu tinha certeza que ia gostar. Então, após ler várias reviews boas e comentários positivos de um amigo meu (que me disse que o Kazuo escreve em inglês), eu resolvi comprar o livro na língua original. E, depois de muito enrolar, como sempre, eu terminei de ler. E, novamente, agora já por saber como tudo acontece, enrolei mais ainda pra ver o filme, por achar que talvez nunca estivesse preparado, hah. Mas enfim.

Never Let Me Go (recuso-me a botar em português, nenhuma tradução é fiel o suficiente) fala sobre uma menina, Kathy (Carey), e seus dois amigos Tommy (Andrew) e Ruth (Keira). Desde sempre, eles estudam no mesmo colégio, uma espécie de orfanato pois todos moravam lá. Eles não tinham nenhum contato praticamente com o mundo exterior e os professores de Hailsham (o nome do local) os tratavam como as crianças mais importantes do mundo. É tudo sempre um pouco suspeito, diferente do normal, quase todo mundo dá olhares de pena para as crianças, mas, claro, são todos tão jovens e eles não se importam. Mas então um dia uma professora relativamente nova em Hailsham resolve falar. Vou falar a cena a seguir como ela é descrita no livro, muito diferente do filme, pois ficou bem melhor assim.

Chove e vários alunos (assim como essa professora) estão em baixo de um toldo, a caminho de um campus para outro de Hailsham, basicamente. A professora está inquieta e estressada. Os alunos nem percebem o estado dela e levam conversas normais. Uma das crianças comenta que adoraria ir pra Hollywood quando crescer e virar uma atriz famosa. A professora imediatamente começa a prestar a atenção e na hora fica muito triste. Então ela liga o "foda-se" e diz. Ela fala que nenhuma das crianças de Hailsham vão virar adultos. Que quando chegar certo ponto, todas doarão orgãos vitais para o benefício de outras pessoas. Que é esse o propósito delas e de Hailsham, já está tudo programado, não existe outra opção. Claro, as crianças ficam absurdamente chocadas com as informações. Com o passar do tempo, elas também percebem que são clones. Clones feitos unicamente com esse objetivo, doação de orgãos, enquanto o seu original, está no mundo lá fora, com uma vida normal.

A infância acaba e todos viram adolescentes. Onto the next step... Todos devem se mudar de Hailsham e ir para escolas já mais direcionadas para, né, a preparação do que virá a seguir. Tommy, Kathy e Ruth conseguem ir os três para o mesmo lugar. Então ali elas ficam sabendo de um rumor interessante. Nessa época, Tommy e Ruth estão namorando, apesar de Tommy gostar mais de Kathy (e ela gostar dele), foi Ruth quem teve a iniciativa e ela quem se deu bem. Um casal experiente da segunda escola (Cottages, me acostumei com esse termo) menciona a adiamento. É basicamente o seguinte: se um casal dessas casas conseguisse provar que estivesse apaixonado um pelo outro, o pessoal os daria alguns anos para, you know, viverem e serem felizes, ao invés de começar a doar orgãos logo de cara. É a ideia romântica perfeita. Vamos ter uns anos juntos para depois dizer adeus. Infelizmente nenhum dos três protagonistas tinha ouvido falar disso mas o conceito de adiamento ficou na cabeça deles. E é basicamente em função disso que ficam em função os nossos protagonistas: esperança e a incessante busca de sentido nessa existência maldita.

Não vou comparar muitas cenas entre os dois, em algumas, como sempre, o filme foi muito pior (a cena que citei da professora desabafando, no livro também tem uma cena da Madame interrompendo uma dança com a almofada de Kathy escutando o toca-fita) mas em outras ganhou meu respeito (a segunda ou terceira doação de Ruth, o grito do Tommy perto do final). E o final. Tava tudo indo tão bem, mas mudaram as palavras. A moral do final do livro vocês podem ler no final desse post e ela é, apesar dos pesares, algo como "life goes on" e o filme tem uma vibe mais Blade Runner. "But then again, who does?"


Nota 8.6


BTW, essa capa é a do livro, mais bonita do que qualquer pôster do filme.



"I was thinking about the rubbish, the flapping plastic in the branches, the shore-line of odd stuff caught along the fencing, and I half-closed my eyes and imagined this was the spot where everything I'd ever lost since my childhood had washed up, and I was now standing here in front of it, and if I waited long enough, a tiny figure would appear on the horizon across the field, and gradually get larger until I'd see it was Tommy, and he'd wave, maybe even call. The fantasy never got beyond that --I didn't let it-- and though the tears rolled down my face, I wasn't sobbing or out of control. I just waited a bit, then turned back to the car, to drive off to wherever it was I was supposed to be."

2 comments:

Tate disse...

Baixando .o/

@_amandaL disse...

Aí vou eu comentar que CHOREI DEMAIS nesse filme. Desse jeito vai parecer que sou uma baita manteiga derretida... é, sou mesmo! História genial. :)

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