Roteiro: Bobcat Goldhwait
País: EUA
Pela sinopse desse filme, você já sabe que ele é de humor negro. O protagonista está pra morrer e decide sair matando todo mundo que julga "ser o câncer da sociedade." Gente que atende celular e falan normalmente durante um filme no cinema. Vizinhos com a TV muito alta e um bebê que não para de chorar. Adolescentes da MTV com seu próprio reality show que reclamam pros pais que eles deram o carro errado pra ela. Gente que reclama não ter ganho um iPhone no Natal.
Na primeira cena de God Bless America, em uma fantasia, o protagonista invade o apartamento vizinho e mata com uma escopeta o tal casal e, com um sorriso na cara, inclusive o bebê que não parava de chorar. Nessa hora você pensa "OK, vai ser esse tipo de filme." Felizmente não é bem isso, em diversos outros momentos, Frank, o nosso protagonista, faz discursos para os colegas ou amigos sobre como a sociedade atual (ou americana, convenhamos) é tóxica e não tem mais valores. No final do post vou postar um pedaço de um diálogo com o qual concordo bastante para mostrar o tipo de opinião que o filme expressa.
O que dá errado então em God Bless America? Primeiro, pelo menos pra mim é muito óbvio que todas as opiniões do filme são as opiniões do roteirista/diretor (ou, se não são, ele apenas copiou o que dizem) e isso nunca é bom. Se você quer reclamar do mundo, faça um blog ou escreva um livro a respeito. Não crie um personagem que é como você gostaria de ser. O mesmo acontece com o seriado The Newsroom, por exemplo, onde claramente as opiniões do protagonista são as mesmas de Aaron Sorkin. Em segundo lugar, se ele reclama tanto da sociedade ser "edgy", sair matando todo mundo que é chato é extremamente edgy. Você vai matar aquele cara só porque ele não ligou o pisca na hora de dobrar? Como você é radical, cara. Não quero discutir "os problemas da sociedade" aqui (até porque acredito que não tem solução) mas ninguém te força a ver TV ou a ver filmes ruins, então quando você reclama deles você só está sendo um pé no saco. Vá morar no meio da selva.
Naturalmente, por ser uma pessoa com bom senso, eu concordo com quase tudo que o protagonista diz. Mas né. Vou colar aqui o pedaço de diálogo que eu mais gost
Office Worker: So, you're against free speech now? That's in the Bill of Rights, man.
Frank: I would defend their freedom of speech if I thought it was in jeopardy. I would defend their freedom of speech to tell uninspired, bigoted, blowjob, gay-bashing, racist and rape jokes all under the guise of being edgy, but that's not the edge. That's what sells. They couldn't possibly pander any harder or be more commercially mainstream, because this is the "Oh no, you didn't say that!" generation, where a shocking comment has more weight than the truth. No one has any shame anymore, and we're supposed to celebrate it. I saw a woman throw a used tampon at another woman last night on network television, a network that bills itself as "Today's Woman's Channel". Kids beat each other blind and post it on Youtube. I mean, do you remember when eating rats and maggots on Survivor was shocking? It all seems so quaint now. I'm sure the girls from "2 Girls 1 Cup" are gonna have their own dating show on VH-1 any day now. I mean, why have a civilization anymore if we no longer are interested in being civilized?
Nota 7
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