Roteiro: Javier Gullón baseado em livro de José Saramago
País: Canadá e Espanha
"O caos é a ordem ainda não decifrada."
Depois do excelente Prisoners, o diretor canadense Denis Villeneuve volta a trabalhar com Jake Gyllenhaal mas preparem-se porque esse aqui é dos bons.
O Homem Duplicado é baseado no livro homônimo do grande José Saramago. Nele, o protagonista encontra uma cópia (ou clone ou gêmeo) dele mesmo. O filme começa mostrando Adam (Gyllenhaal), um professor de universidade, e sua vida chata e monótona. Um dia ele aluga um filme e encontra um extra (Anthony, obviamente também interpretado por ele) que é igual a ele. Isso resulta em muita paranóia e tensão.
São muitos os fatores interessantes desse filme. O tema é lidado de forma tão realista. Ele lida com metafísica de forma assustadora porque, bem, metafísica é um tópico assustador. O Homem Duplicado também (e isso está implicado no primeiro parágrafo) extremamente surreal. Como você reagiria se encontrasse alguém que é você... mas é diferente? Esse surrealismo muitas vezes faz a gente rir, ao mesmo tempo que você está apavorado e pensando "o que raios está acontecendo?" exatamente como os personagens do filme.
A crítica está comparando esse filme a David Lynch e a relação é lógica. É um filme que propõe um problema e ver onde ele nos lida e não sobre explicá-lo com abobrinhas de ficção científica. Villeneuve também usou muito filtros amarelos para retratar o céu de Toronto, assim como o apartamento de Andy. Isso dá um charme ao filme e ao mesmo tempo mantém um espectador à uma distância segura. É frio e estranho.
Gyllenhaal também faz um trabalho excelente atuando como dois personagens muito diferentes. O professor, tímido e nervoso, e Anthony, motoqueiro, ator e em geral mais agressivo.
O Homem Duplicado é único (hein, hein?). Assustador bem como um thriller surreal precisa ser.
E se você tem medo de aranhas, cuidado.
Nota 9
1 comments:
O final do filme é uma bosta, o do livro é bem melhor.
Achei as aranhas meio idiotas.
Não curti.
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